Ceará perdeu R$ 7,5 bilhões com violência no trânsito em 2017



Com 6.824 vítimas, dentre mortos e invalidados permanentemente, a violência no trânsito provocou um impacto econômico de R$ 7,5 bilhões em 2017, no Ceará. O valor corresponde a cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e estima o quanto seria gerado com o trabalho das vítimas caso elas não tivessem se acidentado. Esse é o oitavo maior montante do País e o maior da região Nordeste. Em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que lideram o levantamento nacional, o impacto financeiro chega a R$ 31 bilhões, R$ 19,5 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente.
Os cálculos foram elaborados pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), órgão da Escola Nacional de Seguros, com base nos indicadores do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, o DPVAT. No ano passado, o Estado amargou acidentes que mataram 2.325 pessoas e deixaram outras 4.499 com invalidez permanente. O total é 16,7% maior que o ano de 2016, quando houve 5.846 mortos ou com sequelas no Estado.
O montante de R$7,5 bilhões, em 2017, é maior que o contabilizado para o ano de 2016, quando houve perdas de R$6,45 bilhões para o Ceará. No entanto, é quase 37% menor que o registrado em 2015, com R$11,95 bilhões em perdas, e fica mais de 60% abaixo dos R$16,09 bilhões estimados em 2014. A pesquisa da CPES estabelece os cálculos com base no Valor Estatístico da Vida (VEV), fator que mede o quanto cada brasileiro é capaz de produzir em sua vida. "Não se pode entender como normal haver dezenas de milhares de mortes todo ano, por conta de acidentes no trânsito. Esta tragédia tem várias causas, desde a conservação das estradas à manutenção dos veículos, mas é o comportamento dos condutores a componente de maior impacto", alerta Mario Pinto, diretor de Ensino Superior da ENS.
Ativos
Segundo a pesquisa, 90,5% das vítimas do trânsito estavam na fase economicamente ativa, e 48,5% tinham entre 18 e 34 anos de idade. Outro dado que chama atenção é que mais de 74% dos acidentes envolveram motocicletas. Em todo o País, a violência nas estradas provocou um impacto econômico de R$199 bilhões, ou 3,04% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Essa foi a perda da capacidade produtiva calculada pelos acidentes que mataram 41,1 mil pessoas e deixaram outras 42 mil com invalidez permanente.
Ainda segundo Mario Pinto, a não obediência a normas básicas de trânsito, a agressividade ao dirigir e a "cultura da esperteza" elevam o patamar da epidemia, que pode espelhar um padrão de sociabilidade dos brasileiros. "Além do aspecto educacional, a mudança de cultura também passa por punições adequadas aos infratores", defende.
Em abril deste ano, por exemplo, passou a valer lei que determina pena de 5 a 8 anos de prisão, além de o direito de dirigir suspenso ou proibido, a motoristas bêbados enquadrados na lei de trânsito por homicídio culposo (sem intenção de matar).
Maio Amarelo
Conforme o último boletim estatístico da Seguradora Líder, Fortaleza foi a segunda capital brasileira e a primeira do Nordeste em número de indenizações concedidas pelo Seguro DPVAT em 2017, ficando atrás apenas de São Paulo. Em relação a 2008, quando a Capital ocupava a 7ª posição no ranking nacional, com 1.682 compensações pagas, houve crescimento maior que 300%.
O Brasil tem como meta reduzir os acidentes de trânsito com mortes pela metade até 2020. O compromisso, assinado com a Organização das Nações Unidas (ONU), faz parte da Década Mundial de Segurança Viária. Nessa mobilização, a campanha do Movimento Maio Amarelo trabalha com o tema "Nós somos o trânsito" tem como objetivo a conscientização sobre a necessidade de se reduzir o número de mortes e feridos no trânsito.
Ao longo do mês, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE), as Escolas de Educação para o Trânsito dos municípios de Fortaleza e Sobral estão trabalhando o tema com os alunos das escolas públicas e privadas. O encerramento das atividades educativas ocorre hoje (30) pela manhã, em Fortaleza.
Fonte: Diário do Nordeste

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