11/08/2019, domingo...
O início de tudo.
Rara é a poesia que vai
Que caminha em direção dos céus
Que caminha em direção dos céus
E dos ais
É uma vida toda de harmonia de entendimento.
Dos navios que atracam nos cais...
De um mundo de carinho e de abraços
De carões, de vai pra casa menino.
De colo, de dentes caindo e feridas nas quedas infantis.
De ensinamentos, e almoços e febres adormecidas.
De despedidas quando crescemos,
E de acalanto quando voltamos...
Até que chega o dia dele balbuciar palavras
Tremerem suas pernas, e sentar-se em cadeira inerte
Gritar bem baixinho pela água,
Gesticular calmamente em nossas direções
E triscar os dedos entre si pedindo carona nos momentos.
Olhar tenro e direto pros netos,
Pras visitas! E o banho inesquecível dos dias de calor
Do cheiro peculiar que só a ELE pertence
E do dinheirinho pra comprar não sei o que.
Saudade vai, saudade vem
E não se pode ouvir "naquela mesa" porque às lágrimas
Começam a rolar por entre as pálpebras.
O beijo de manhã cedo em seus retrato e na hora de almoçar,
Todos os dias, repartindo com a fotografia inerte
Que se nos transporta por um portal distante.
Que se nos transporta por um portal distante.
Uma vida de zelo, e de suor.
Ai, chega o dia da partida e o cigarro vira companheiro cego,
E as palavras não saem da dor,
O mundo parece que ruiu,
Os irmãos choram ao lado da mãe,
Que reza pro seu amor ir em paz. Apenas em paz.
Não pede mais do que isso.
Depois da carícia e último abraço
Vem o tempo que separa um pouco da dor e se mistura à saudade.
Isso tudo triturado, e moído pra que um dia possamos chegar onde ELE estiver.
E na certeza de nos aproximarmos do seu abraço e do seu sorriso,
E ELE dizer. Até que enfim...chegaram. Vieram PAZ?
Por Carlos Dehon
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