Mais de 13 mil medicamentos podem ficar mais caros a partir desta sexta-feira (1º) . Isso porque começa a valer neste dia 1º a autorização de reajuste dos remédios pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial que define o preço máximo ao consumidor em cada estado.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o reajuste será de 10,89%. O índice é calculado através de uma fórmula que leva em conta a variação da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ganhos de produtividade das fabricantes de medicamentos e variação dos custos dos insumos e características de mercado.
O Sindusfarma afirma que o reajuste dos preços entra em vigor a partir de hoje, de acordo com a lei que regulamenta a Câmara. Para valer, no entanto, o aumento ainda precisa ser chancelado pela CMED, e publicado no Diário Oficial da União. A previsão é que isso aconteça nesta sexta-feira.
Apesar do reajuste, o aumento ao consumidor não é imediato, por conta, principalmente, dos estoques de cada estabelecimento e da concorrência entre as farmácias. “Medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, explica a entidade que representa a indústria do setor.
O reajuste ainda não chegou, mas consumidores já se prepararam para os aumentos. Moradora de Olaria, na Zona Norte, a pensionista Iranete Ribeiro, de 72 anos, trata problemas crônicos na coluna com um anti-inflamatório. A caixa, com 30 comprimidos, dura metade do mês. Na última ida a farmácia, o preço já tinha aumentado, e a família preferiu se antecipar ao reajuste e garantir o medicamento por mais um tempo:
"Ficamos assustados porque a última caixa custou R$ 160, e agora no dia 29, compramos por 200! É um aumento muito grande, mas aproveitamos para comprar outra caixa logo, porque pode aumentar ainda não. Infelizmente não tem para onde correr", diz a filha de Iranete, Andréa Alves, que cuida da mãe.
Para consumidor, aumento pode ser ainda maior que reajuste
Uma pesquisa feita no ano passado, quando o reajuste dos medicamentos foi de 10,08%, pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), mostrou a diferença entre o teto de preços estabelecido pela CMED e os valores cobrados nas farmácias. A pesquisa analisou os preços de 11 medicamentos ofertados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e cinco classes de remédios vendidos em farmácias, tanto genéricos quanto de referência.
(*) iG Economia
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