Bolsonaro ataca Ministério Público e juiz após cerco contra Flávio

A operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro e a ex-assessores seus na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) provocou, ontem, uma forte reação do presidente Jair Bolsonaro, que criticou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e o juiz Flávio Itabaiana, do Tribunal de Justiça do Rio.
Essa foi a primeira vez que Bolsonaro falou sobre a nova fase da investigação envolvendo seu primogênito. Após o estouro da operação, na quarta, o presidente se reuniu com o filho e o advogado de Flávio, Frederick Wassef.
Bolsonaro atacou a decisão de abril com a qual Itabaiana quebrou o sigilo de 86 pessoas e nove empresas ligadas ao antigo gabinete de Flávio na Alerj, dizendo que foram cumpridos mandados de busca e apreensão em casas de pessoas que "não tinham nada a ver" e rebateu as acusações de que Flávio teria lavado dinheiro em uma loja de chocolate.
"Acusaram ele (Flávio) de estar ganhando mais na casa de chocolate. O que acontece, quem leva mais cliente para lá, ele leva um montão de gente importante, ganha mais. É mesma coisa chegar para o, deixa eu ver, o Neymar e (perguntar) 'por que está ganhando mais do que outros jogadores?'. Porque ele é o mais importante. Não é comunismo", disse Bolsonaro sobre o filho.
Ele acusou o Ministério Público de proteger o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e afirmou que "pelo que parece" uma filha de Itabaiana é funcionária "fantasma" no Governo do Estado.
Bolsonaro afirmou que, "pelo que parece" Natalia Menescal Braga Itabaiana Nicolau, filha do juiz responsável pela quebra de sigilos dos ex-assessores de Flávio, é "fantasma".
"Você já viu o MP do Estado do Rio de Janeiro investigar qualquer pessoa, qualquer corrupção, qualquer gente pública do Estado? E olha que o Estado mais corrupto do Brasil é o Rio de Janeiro. Vocês já viram? Vocês já perguntaram pro governador Witzel porque a filha do juiz Itabaiana está empregada com ele? Já perguntaram? Pelo que parece, não vou atestar aqui, é fantasma. Já foram em cima do MP (para) ver se vai investigar o Witzel?", indagou Bolsonaro. O juiz não comentou.
O presidente insinuou que há conluio entre Witzel e a mídia para prejudicá-lo. A ideia, segundo Bolsonaro, seria favorecer campanha do governador para disputar o Planalto em 2022. Perguntado se considera Flávio inocente, Bolsonaro disse: "Não sou juiz. Sem problema comigo. Quer botar manchete lá, presidente considera filho...".
Apoio
Ontem, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), elogiou Flávio. Para Alcolumbre, o filho do presidente Jair Bolsonaro é "muito bem intencionado" e não deve ser enquadrado no Conselho de Ética da Casa, porque os atos investigados são de mandato anterior ao de senador.
"Acompanho o mandato do Flávio, mesmo que distante. Mas, eu vejo que ele tenta fazer, como senador da República, um meio de campo em relação aos senadores e ao próprio Governo. Ele se empenha pessoalmente para resolver algumas questões, solucionar impasses. Então ele se envolve muito", comentou, em café da manhã com jornalistas na residência oficial do Senado.
Na opinião de Alcolumbre, trata-se de uma "questão jurídica", que não tem nada a ver com o Senado.
Fonte: Diário do Nordeste

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