A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, cobrou nesta segunda-feira (29) a entrega de carta aos candidatos das eleições deste ano pedindo compromisso com a segurança dos jornalistas em atividade na cobertura do pleito. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Conexão Assembleia, da FM Assembleia.
De acordo com a presidente da federação, a violência contra jornalistas é analisada por entidades de jornalismo desde 1990. Recentemente, conforme observou, houve um aumento expressivo de ataques, nas manifestações de 2013. Já o ano de 2018 acumula uma série de recordes nos números de violência. Em 2021, foram registrados 430 ataques a jornalistas. “É necessário que as entidades se unam para cobrar a punição de quem comente violência contra jornalista. É preciso ainda que as pessoas saibam que quem quer calar um jornalista fere o próprio direito de ser informado”, destacou ela, que foi a primeira jornalista cearense a presidir a Fenaj.
Sugere ainda que, caso jornalistas sofram algum tipo de ameaça ou ataque, realizem Boletim de Ocorrência, o que permite o registro da violência, a sistematização de dados e a adoção de medidas de prevenção. “É inadmissível que, neste ano, em que completamos 20 anos da morte do jornalista Tim Lopes, que foi assassinado durante a realização de reportagem investigativa, a gente tenha que continuar alertando sobre os índices de violência. Nenhuma informação vale uma vida.”
Samira de Castro, na ocasião, também se mostrou preocupada com os impactos de notícias falsas na vida da população. “Fake news são a mentira. Se é falso, nem pode ser notícia. Em aplicativos de mensagens, é muito difícil para o cidadão identificar o que é informação verdadeira e o que é falso. Os jornalistas têm um papel essencial na produção de notícias que seguem critérios técnicos e também éticos”, comentou a presidente.
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