FACÇÃO SUSPEITAVA DE COLABORAÇÃO COM A POLÍCIA
Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pela morte de Maria Heloína Eugênio Barbosa, conhecida como Bia Dançarina, e de Francisco Neto Gomes da Rocha, marido dela. O crime aconteceu em fevereiro, no município de Baturité, no Ceará.
A investigação aponta que integrantes de uma organização criminosa suspeitavam que Bia repassava informações do grupo para a Polícia e, por isso, executaram o casal.
Entre as provas da relação da facção com o crime, está o registro de conversas entre Francisco Edvan Souza Soares e Francisco Afonso Araújo Barreto. Em áudios, os dois diziam que seria necessário “fazer uma limpeza” no Conjunto São Francisco, pois haveria “polícia demais” no local. Os dois também citam Bia e se referem a ela como “maldita”.
Edvan não foi denunciado no caso, mas o áudio serviu como prova de que os membros da facção já articulavam a morte da mulher.
O MP descreve que Bia ia com frequência à Delegacia de Baturité, em razão de desentendimentos com o marido. Os criminosos suspeitavam que as visitas seriam provas de colaboração com a polícia.
Um dia antes da morte, Bia havia publicado em suas redes sociais que estava sendo ameaçada. Segundo narrado no documento do MPCE, a dançarina teve um desentendimento com Edivando dos Santos da Silva, o que fez com que Raquel Sales Muniz, que "exerce função importante da cúpula da facção", determinasse que Bia e o marido se mudassem de bairro, sob risco de morte.
Após os acontecimentos, Edivando teria feito o monitoramento do casal para saber se continuariam no bairro. Como não saíram, Francisco Jurandir Alves da Silva, Gabriel Sales Silva e Antônio Rodrigues da Silva Neto teriam sido os responsáveis diretos pelo duplo homicídio.
Dos denunciados, apenas Antônio Rodrigues está foragido, enquanto os outros foram capturados entre março e maio deste ano, em cidades como Maracanaú e Baturité.
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