Reprovação crescente do governo fez petista perder a vantagem contra candidatos da oposição. Pesquisa mostra que, em um eventual segundo turno, placar entre petista e governador paulista seria de 41% a 40%.
O aumento da reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abriu um flanco para os candidatos da oposição avançarem na preferência do eleitorado na corrida presidencial de 2026, mesmo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, fora do páreo.
De acordo com o recorte da pesquisa Genial/Quaest sobre o panorama das próximas eleições do próximo ano, divulgada nesta quinta-feira (05/06), a distância entre o petista e os opositores diminuiu em um eventual segundo turno em todos os cenários. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) , por exemplo, reduziu a diferença entre o petista e apresentou empate técnico, com 40% das opções de voto, enquanto Lula obteve 41%. Na edição anterior da pesquisa, de março, o placar era favorável para o chefe do Executivo de 44% a 40%. No início do levantamento, em dezembro de 2024, Lula tinha 52% da preferência do eleitorado e Tarcísio, apenas 26%.
Ontem, a terceira edição do ano da pesquisa Genial/Quaest indicou um patamar recorde de reprovação do governo Lula, de 57%, maior patamar desde o início do terceiro mandato, principalmente, devido às notícias negativas da atual gestão.
O novo levantamento da Quaest traçou oito cenários para o segundo turno de 2026, incluindo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), e os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e de Goiás, Ronaldo Caiado (PL). Lula teria vantagem de dois pontos percentuais contra Ratinho (40% a 38%), de quatro pontos contra Michelle (43% a 39%) e Eduardo Leite (40% a 36%), de nove pontos contra Zema (42% a 33%). Contra Eduardo Bolsonaro e Caiado a vantagem de Lula é de 10 pontos percentuais.
Em um embate entre Lula e Bolsonaro o placar foi de 41% para ambos, contudo, para 65% do eleitorado, o ex-presidente, que está inelegível, deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome. Nesse sentido, Tarcísio lidera a preferência, com 17% das respostas, seguido por Michelle, com 16%.
“Pela primeira vez a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. O eleitor passou a conhecer melhor nomes como Tarcísio, Ratinho e Zema, e começa a tê-los como opção na eleição presidencial”, comentou o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Reeleição
O levantamento da Quaest feito em parceria com a Genial Investimentos o percentual de eleitores contra a reeleição de Lula atingiu o pico de 66%, acima dos 62% de março e dos 52% de janeiro.
Na pesquisa espontânea, contudo, Lula é citado por 11% dos entrevistados com oscilação positiva de dois pontos percentuais sobre março. Permanece alto o índice de indecisos: 75%, contra 80% em março.
Segundo a enquete, o que mais dá medo para 45% dos eleitores é a volta de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, dado levemente acima dos 44% contabilizados em março. Enquanto isso, o percentual de entrevistados que temem Lula permanecer no poder recuou de 41% para 40%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de maio e 1º de junho. Foram ouvidos 2.004 eleitores brasileiros de 16 anos ou mais, por meio de entrevistas presenciais aplicadas por meio de questionários estruturados.
(*) Correio Braziliense
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