Escândalo da Abin pode ajudar a desvendar o que aconteceu em Juiz de Fora com Bolsonaro



A imprensa de uma maneira geral, inclusive aquela que se apresenta como mídia independente, foge do evento de Juiz de Fora em 6 de setembro de 2018 como o diabo da cruz. Mas os fatos insistem em envergonhá-los. Refiro-me à operação da Polícia Federal que escancara a chamada Abin Paralela.

Essa estrutura de espionagem e outras ilegalidades nasceu naquela tarde em que Adélio Bispo de Oliveira ficou frente a frente com Carlos Bolsonaro e caminhou na sua direção antes de ficar frente a frente com Jair Bolsonaro e, com sua atitude, eleger o líder da extrema direita brasileira presidente da república.

Dois policiais federais afastados por decisão de Alexandre de Moraes tiveram atuação decisiva naquela tarde: Marcelo Bormevet e Luiz Felipe Barros Felix. Relatei a atuação dos dois em dois documentários censurados pelo YouTube.

Um deles, "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil", está disponível no catálogo da Claro TV. O outro, “Fakeadas - Bolsonaro e a guerra contra o Brasil”, continua fora do alcance do público.

Bormevet foi quem coordenou o esquema de segurança paralela em Juiz de Fora, e exigiu que a Associação Comercial e Empresarial da cidade contratasse uma empresa de drone para gravar todo o trajeto de Bolsonaro naquela tarde.

Busquei a íntegra das imagens desses drones, mas não encontrei. Uma edição foi divulgada pela propaganda bolsonarista horas depois do evento, com cortes.

Felipe Félix é o policial em quem Bolsonaro se apoiava no trajeto pela cidade. Depois, ele foi flagrado espionando um ex-sócio de Jair Renan.

Ao apurar esta história, recebi mensagem ameaçadora, envolvendo inclusive minha família. Denunciei o caso à Polícia Civil do Distrito Federal, mas a investigação não avançou, até onde sei.

Foram esses policiais federais que indicaram Alexandre Ramagem para a direção-geral da Abin, por intermédio de Carlos Bolsonaro.

Parte da história foi contada por Gustavo Bebianno, meses antes de morrer, sem revelar os nomes. Eu descobri os nomes quando apurei o documentário "Uma fakeada no coração do Brasil".

Essa investigação da Polícia Federal, que teve operação nesta quinta-feira, poderá jogar luz sobre o episódio mais nebuloso da história do Brasil.

Não se trata de alimentar teoria da conspiração, mas da necessidade de responder a todas as perguntas sobre aquele caso.

Até agora, só o 247 cumpriu o papel de perseguir estas pistas. Os outros veículos continuam fugindo. Por quê?



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