Não sou fã de "paredão", nem minha geração!!!Mas entendo que a juventude que está ai tem seu direito, é a vez deles. É um novo tempo, posso discordar mas tenho que aceitar que minha geração outrora carnavalesca com músicas que viraram "pendrives" ainda teima em palpitar passos de "pierrot" solitário. São massas jogadas na cara do saudosista que teima em permanecer no tempo contraditório com sua caixinha de som desbravando a apoteose da internet fria que lhe trás algum consolo. Sua alegria solitária até perturbadora vai além do consumo da cerveja e da saudade dos blocos carnavalescos de uma Acopiara que se foi, levando consigo seus amigos camaradas, para outra avenida uma avenida longínqua e desconhecida. Depois de um consumo excessivo de músicas do seu tempo, boas baforadas, e boa dose de cerveja a foto fica alucinógena perambulando entre o dono do bar e os poucos foliões ali presentes, e sigo teimoso tocando minhas músicas passadas pensando o que viria pela frente, vou atravessar um turbilhão de sons desencontrados, comportamentos diversificados, entre beijos contraditórios, casais do mesmo sexo, muita cor, alegria, e saltos de pipocas no point da cidade. O que era proibido, foi libertado pela autonomia do direito. Na verdade "é proibido proibir" e viva o humanismo, a liberdade, o novo comportamento sexual, os novos casais, o novo carnaval. Fica na minha ênfase o coágulo de "tresvariar", limitando-se a um olhar côncavo de um desejo maluco de voltar a um passado de boas marchinhas, ao som do surdo, trompetes, trombones, cuíca, tarol, e puxadores de sambas carnavalescos, fantasias fantasiosas, reis e rainhas, blocos que atravessaram décadas e não sumiram da memória, como o meu predileto "Us Cutrucus" criado por uma turma de bamba. Cunhar nomes é matar meu personagem, mas, á casa do inimitável Dr. Sérvulo, de João Uchoa e Heloisa, de Raimundo e Delmirinha, até o Vivenda Alencarina, untada com boa pitada de irreverência do Bar do Pedro indo de encontro ao bucólico Club Social, roteiro definido pelos foliões que varriam ás avenidas, ruas e bairros da cidade. Atravessei tudo isso com farinha de trigo nos olhos cigarro na boca e alegria da saudade e a enormidade da evolução e do comportamento humano. Tudo que é novo choca, ou você entende ou se "trumbica", mas o folião sob análise da idade é perceptivo e sabe que é melhor avançar, compreender e participar do que avacalhar. Enfim o amor venceu, mas a saudade é enorme. Saudades eternas do carnaval de Acopiara que ficou escrito na lápide do passado. Por Carlos Dehon.
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