A água em uma localidade de Santa Quitéria, no interior do Ceará, apresentou concentração de urânio sete vezes maior que o permitido. A informação foi repassada pela Secretaria da Saúde (Sesa) do estado nesta quarta-feira (16).
A Sesa informou que, conforme resultados do teste sobre a qualidade da água do distrito de Trapiá, em Santa Quitéria, foi identificada a concentração de urânio acima do valor permitido em 14 das 15 amostras coletadas.
Conforme portaria de potabilidade GM/MS nº 888/21, o valor máximo permitido é de 0,03mg/L. Santa Quitéria é um município cearense rico em urânio. Na cidade, inclusive, existe um projeto de instalação da maior mina de urânio do Brasil
As amostras passaram por avaliação do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), que posteriormente as encaminhou ao Instituto Evandro Chagas (IEC) para revisão.
A Sesa garantiu que, de imediato, todas as medidas necessárias foram tomadas, incluindo comunicação formal ao Ministério da Saúde, Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) e suas vinculadas, Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Casa Civil e outros entes relacionados ao tema.
De acordo com a série histórica registrada pela Sesa para a localidade, até o momento não foram identificadas condições clínicas e epidemiológicas de doenças sob suspeita de estarem relacionadas ao metal no distrito, que fica a um raio de 70 km de distância da jazida de Itataia. Conforme a secretaria, as funções renais são mais predispostas a sofrerem efeitos do urânio.
A secretaria disse ainda que está em execução um novo plano de amostragem de todo o município de Santa Quitéria. Nesta primeira fase, é realizado o mapeamento, com cartografia, dos pontos em que será realizada a coleta. As novas amostras devem ser reunidas no início de novembro, com novo processo de análise conduzido por Lacen e IEC.
(*) g1 Ceara
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