Voto de Cristiano Zanin sobre marco temporal assombra a esquerda Após desgaste público com posicionamentos do ministro contra pautas LGBT e de descriminalização de drogas, cresce expectativa sobre questão indígena



Cristiano Zanin (foto, em primeiro plano) terá nesta semana uma chance para retomar algo do prestígio que ganhou entre a esquerda brasileira ao defender Lula nos processos da Operação Lava Jato. Para retomar ou perder completamente. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na quarta-feira (30) o julgamento sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, e a base do governo Lula já teme pelo pior.

No último sábado, Zanin votou contra o reconhecimento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre violência policial contra os povos guarani e kaiowá no Mato Grosso do Sul, como destaca o Estadão. Zanin acompanhou o voto do relator do caso, Gilmar Mendes, e ficou ao lado de Nunes Marques e André Mendonça, os dois ministros indicados por Jair Bolsonaro. Os quatro foram vencidos pelos votos dos outros sete ministros da corte.

Na semana passada, o ministro indicado por Lula como herói do progressismo contra a Lava Jato ficou isolado no julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha. A deliberação foi paralisada a pedido de André Mendonça quando a votação contava cinco votos a favor e apenas o de Zanin contra.

O ex-advogado de Lula já tinha se desgastado com a esquerda por votar contra a equiparação da homofobia ao racismo e a favor de manter a condenação de dois homens acusados de roubar objetos que totalizavam R$ 100. Para a deputada Duda Salabert (PDT-MG), Zanin parece “mais preocupado em manter a estrutura conservadora do Supremo do que em promover justiça para grupos historicamente excluídos”.

Marco temporal

O que está em jogo: o STF definirá se, para reconhecer uma área como território indígena, é preciso comprovação de que os indígenas ocupavam a terra quando a Constituição de 1988 foi promulgada. O julgamento tinha sido interrompido em junho a pedido de André Mendonça. A presidente da corte, Rosa Weber, pediu para ele liberar seu voto antes de ela se aposentar, no fim de setembro.

Até agora, o relator, Luiz Edson Fachin, votou contra o marco temporal e foi seguido por Alexandre de Moraes. Kassio Nunes Marques votou pelo marco temporal.



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