O uso pelos Estados Unidos de um dos seus mais importantes e caros sistemas de armas, o bombardeiro furtivo B-2, contra as instalações subterrâneas de munições Houthi no Iêmen envia uma mensagem mais ampla que será ouvida em Teerã em meio ao confronto do Irã com Israel, aliado dos EUA.
Enviar seus raros bombardeiros B-2 de US$ 2 bilhões — a Força Aérea dos EUA tem apenas 19 deles — para atingir um grupo que não tem nem perto desse nível de equipamento militar sofisticado parece, à primeira vista, um exagero.
Washington se contentou em usar armas de última geração disparadas de aeronaves e navios de guerra na região para atingir alvos Houthis ao longo do ano passado, sofrendo danos mínimos ou nenhum em suas plataformas.
Mas as palavras do Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ao anunciar o ataque foram reveladoras:
“Esta foi uma demonstração única da capacidade dos Estados Unidos de atingir instalações que nossos adversários buscam manter fora de alcance, não importa quão profundamente enterradas, endurecidas ou fortificadas estejam.”
Ele também disse que Washington “não hesitará em tomar medidas para impedir ataques contra civis e nossos parceiros regionais”.
Essas palavras apontam para o Irã de duas maneiras.
Acredita-se que muitas das instalações de comando nuclear e militar de Teerã estejam em instalações subterrâneas reforçadas. E não há “parceiro regional” dos EUA mais importante no Oriente Médio do que Israel.
Enquanto o mundo aguarda a retaliação de Israel pelos ataques com mísseis balísticos do Irã em 1º de outubro, Washington está enviando um sinal a Teerã de que só tolerará ações futuras limitadas contra Israel.
A última missão de combate relatada por um bombardeiro B-2 foi em janeiro de 2017. Seria difícil acreditar que os EUA esperaram mais de sete anos — e um ano de confronto com os Houthis — para enviar uma mensagem.
(*) g1
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