Nesta semana, mais especificamente no dia 8 de outubro, foi celebrado o Dia do Nordestino. Entre tantos nomes importantes do Nordeste e tantas coisas importantes a dizer sobre a região, esta coluna não poderia seguir sem reverenciar um grande artista da representação, que nos deixou no último dia 4 de outubro, aos 88 anos.
Emiliano Queiroz nasceu em Aracati, no litoral cearense. Aos quatro anos, assistiu seu primeiro espetáculo de teatro e aos 14 decidiu ingressar no Teatro Experimental de Artes do Ceará, iniciando sua trajetória artística. Fez parte da primeira turma do famoso CAD - Curso de Artes Dramáticas - da Universidade Federal do Ceará e logo começou a trabalhar na Ceará Rádio Clube.
Aos 17 anos, pegou a carona que mudaria o rumo de sua história. Subiu em um caminhão com destino a São Paulo, em busca do sonho de ser artista reconhecido nacionalmente. E realizou! Foi Dirceu Borboleta em "O Bem Amado", Geni em "Ópera do Malandro", Veludo em "Navalha na Carne", Tonho em "Dois Perdidos Numa Noite Suja", o Diabo Asmodeus em "Hoje é dia de Maria" e até o Honorável Kelvin na novelinha infantil "Caça Talentos".
Poderia ter sido apenas mais um jovem cearense que saiu do interior e migrou para o Sudeste, mas o enredo de sua vida o esperava com dias de notoriedade e respeito, como o grande artista brasileiro que foi.
Nos anos 2000, uma grande homenagem marcou o teatro de Fortaleza, quando o Sesc Ceará decidiu colocar o nome de Emiliano Queiroz em uma casa de espetáculos, na Av. Duque de Caxias. Esse teatro foi fundamental para a formação de artistas e grupos locais, fortalecendo a cultura de temporadas de espetáculos adultos e infantis. Infelizmente, essa casa deixou de existir, mas isso é papo para outra conversa.
Emiliano é e sempre será uma grande referência, porque além de seu indiscutível talento como ator, era um profissional respeitadíssimo. De fala mansa, gestos suaves e sorriso de olhos, era querido por todos ao seu redor.
Ele representa a certeza de que é possível sonhar e correr atrás de seus sonhos. Sua trajetória carrega a força do homem nordestino, que não desiste e nem arrega trabalho. Seus personagens são ícones do teatro, televisão e cinema.
Um salve para Emiliano Queiroz, um artista nordestino, cearense, que emocionou, fez rir e ganhou o coração do Brasil.
Uma borboleta que voou.
(*) DN
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