A Justiça marcou a data para o júri de um ex-policial militar, acusado de integrar grupo de extermínio no Ceará há 15 anos. Márcio Maia Rodrigues deve sentar no banco dos réus no próximo dia 13 de agosto de 2025, a partir das 9h, pela morte de Francisco Iranilson Anselmo de Oliveira.
De acordo com a acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE), a vítima foi assassinada a tiros enquanto tomava banho, na própria casa, em Maranguape. Outro denunciado pelo crime foi o ex-sargento Jean Charles da Silva Libório, perseguido e morto a tiros em Fortaleza, no ano de 2020.
Márcio Maia era soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e foi expulso da corporação em 2011, três anos depois do assassinato de Francisco Iranilson. Em 2018 a dupla foi pronunciada, ou seja, a Justiça decidiu que seriam levados a júri popular.
Após uma série de recursos e mantida a sentença foi marcada a data do julgamento e extinta a punibilidade de Libório, devido à morte deste denunciado. A defesa de Márcio não foi localizada pela reportagem.
COMO O CRIME ACONTECEU
O MP expôs na denúncia que no dia 25 de novembro de 2008, por volta do meio-dia, Francisco Iranilson foi assassinado "enquanto tomava banho em sua residência em Papara, sendo calado por completo e de vez quem poderia 'estragar' a ação do grupo".
Na época, um grupo de extermínio vinha cometendo uma série de crimes em Maranguape e a vítima teria conhecimento "da ação do grupo que envolvia policiais". Iranilson seria um suposto informante da Polícia acerca dos exterminadores e por isso foi executado.
Consta na denúncia que o crime foi por motivo torpe, uma traição, e aconteceu para assegurar a impunidade de outros crimes.
No dia que a vítima foi assassinada ela estaria prestes a se encontrar com um oficial da PMCE para contar sobre as ações do grupo de extermínio: "estaria disposta a entregar detalhes da ação criminosa, chegou a falar pelo celular com um capitão", segundo a denúncia.
(*) Com informações do Diário do Nordeste
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