Procurados por homicídio no Ceará vão para a lista da Interpol



Os dez acusados de matar os líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) - Rogério Jeremias de Simone, o ‘Gegê do Mangue’, e Fabiano Alves de Sousa, o ‘Paca’ - no Ceará, devem entrar para o Canal de Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). A decisão da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz pela inserção dos nomes dos criminosos na lista dos mais procurados do mundo.
Os juízes Mônica Lima Chaves Coutinho, Edísio Meira Tejo Neto e Cristiano de Carvalho determinaram a inclusão do grupo na lista, no último dia 6 de setembro, mas o documento foi publicado no portal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na última quarta-feira (19). Os magistrados pedem urgência na medida. Porém, até a tarde de ontem, o nome dos denunciados não constava no site da Interpol.
A determinação da Justiça é baseada na suspeita de a quadrilha já ter deixado o Brasil. “Os acusados sobre os quais recaem as prisões preventivas decretadas tratam-se de pessoas envolvidas em organização criminosa, com atuação em âmbito nacional e internacional, cujos indícios constantes na presente ação penal indicam que os mesmos estejam em outro país estrangeiro ou mesmo em território brasileiro na iminência de evasão”, descrevem os juízes.
Os novos integrantes do Canal de Difusão Vermelha devem ser Gilberto Aparecido dos Santos, o ‘Fuminho’; André Luís da Costa Lopes, o ‘Andrezinho da Baixada’; Erick Machado Santos, o ‘Nego Rick’; Ronaldo Pereira Costa; Carlenilto Pereira Maltas, o ‘Ceará’; Tiago Lourenço de Sá de Lima; Renato Oliveira Mota; Felipe Ramos Morais; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos; e Jefte Ferreira Santos.
Riscos
O único dos criminosos que está preso é Felipe Ramos Morais, que se encontra no Sistema Penitenciário cearense. Mesmo recluso, o piloto do helicóptero que levou assassinos e vítimas para uma reserva indígena, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), deve entrar na lista. Para a Justiça, existe “risco de fuga” do detento. Os outros nove denunciados seguem foragidos, com a prisão decretada.
Além de determinar a publicação dos mandados de prisões no site público da Interpol, o colegiado de juízes se compromete “a requerer formalmente a extradição caso os procurados sejam localizados e presos no exterior, providenciando a versão da documentação para o idioma do país requerido, com o fito de instruir o pedido diplomático no prazo concedido”.

A decisão, acompanhada dos mandados judiciais contra os acusados e da denúncia formulada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), foi encaminhada para a Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará, com vista à Difusão Vermelha.
Organização
‘Fuminho’ junto com Wagner Ferreira da Silva, o ‘Cabelo Duro’, morto ainda naquele mês de fevereiro, teria sido o mandante do duplo homicídio, segundo a investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Ele seria o gerente financeiro do PCC e do próprio líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o ‘Marcola’. As últimas notícias sobre Gilberto Aparecido dão conta que ele morava na Bolívia e é o único dos acusados que não tem informações sobre passagem pelo Ceará.
‘Andrezinho da Baixada’, ‘Neguinho Rick da Baixada’, Ronaldo Costa, Carlenilto Maltas e Tiago Lima e ‘Cabelo Duro’ teriam efetuado os disparos contra ‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’. Parte dos executores são membros do PCC em Santos (SP); Carlenilto e Tiago são cearenses. Renato Mota, com residência no Ceará, teria dado apoio direto à ação criminosa; Felipe Morais, era o piloto o helicóptero; e Maria Jussara e Jefte Santos, mãe e filho, teriam auxiliado na logística do crime, negociando a estadia dos homens em uma pousada.
‘Fuminho’, ‘Neguinho Rick’ e Tiago foram acusados por homicídio qualificado, organização criminosa, falsificação de documento e concurso de pessoas. ‘Andrezinho da Baixada’, Ronaldo, Carlenilto e Renato foram denunciados por homicídio qualificado, organização criminosa e concurso de pessoas. Felipe Morais, Maria Jussara e Jefte, livraram-se da acusação de homicídio, mas respondem pelos outros crimes. 
Fique por dentro
116 brasileiros são alvos da Instituição
O Canal de Difusão Vermelha da Interpol é integrada por 116 brasileiros, com extradição demandada. A maioria está foragida. Alguns estão presos, outros localizados em algum País, mas ainda não foram presos, nem extraditados. Entre os crimes cometidos por essas pessoas estão tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e homicídio. Além da Interpol também tem listas de Difusão Azul (extradição de testemunhas e familiares de partes); Difusão Verde (criminosos habituais, que não precisam de mandados de prisão); Difusão Amarela (pessoas desaparecidas); Difusão Roxa (modos de agir de criminosos); Difusão Laranja (armas dissimuladas); e Difusão Preta (identificação de cadáveres).
Fonte: Diário do Nordeste

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