A aranha errante brasileira é considerada um dos aracnídeos mais perigosos para as pessoas devido à potência de seu veneno. Uma mordida causa dor e inflamação extremas, perda de controle muscular e problemas respiratórios, podendo causar paralisia e eventual sufocamento sem tratamento. Mas um aspecto incomum do veneno despertou a curiosidade científica durante décadas. Homens que são mordidos podem ter ereções indesejadas que duram horas. Agora os cientistas estão se preparando para lançar os últimos ensaios clínicos para testar se o veneno poderia realmente ser um novo tratamento para a disfunção erétil. Os participantes não receberão o veneno diretamente, mas sim um único componente que os cientistas acreditam ser responsável por seu efeito colateral.
É chamada de BZ371A a parte do veneno que aumenta o fluxo sanguíneo no corpo. O mesmo componente que torna a picada da aranha mais fatal, porque faz com que o veneno se espalhe mais rápido no corpo, pode ser o protagonista do tratamento para disfunção erétil, condição comum em homens após os 40 anos por diferentes causas — as mais comuns são estresse, cansaço, consumo excessivo de álcool e efeito colateral de alguns remédios.
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais já concluíram um ensaio de segurança de fase que atende tanto a homens quanto a mulheres. Os testes são para garantir que o composto, isolado de outras partes do veneno da aranha para não apresentar riscos durante o uso, não cause efeitos indesejados.
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