Todos os anos, até 650 mil pessoas morrem por doenças associadas à influenza. A vacina contra a gripe sazonal, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é a maneira mais segura de prevenir a doença, mas a eficácia ainda não é tão alta — em torno de 60%, com amplas variações individuais. Em um estudo publicado na revista Science, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, demonstram que a genética pode explicar a diferença nas respostas ao imunizante, além de apresentar uma nova plataforma da substância que melhorou a proteção contra diversos subtipos da gripe.
O modelo foi testado em animais e em organoides (tecidos cultivados em laboratório que reproduzem a função de um órgão) de amígdalas humanas com sucesso. Os cientistas também demonstraram que a vacina pode aumentar substancialmente a resposta dos anticorpos à gripe aviária — embora a transmissão entre humanos ainda não tenha sido relatada, há temor de que o vírus sofra mutações que tornem essa possibilidade real, abrindo caminho para uma nova pandemia.
De forma geral, a vacina é composta por antígenos com características do patógeno para que, uma vez em contato com o vírus ou a bactéria, o organismo o reconheça, ativando a resposta imunológica. O sucesso de um imunizante depende da habilidade das proteínas produzidas pelas células imunitárias de se “encaixar” seletivamente no microrganismo-alvo, como em um quebra-cabeças.
Nenhum comentário: