Um das figuras mais tradicionais da história recente de Fortaleza, João Juarez Albuquerque, fundador da icônica Sorveteria Juarez, faleceu na madrugada dessa quinta-feira (25), aos 90 anos. Conhecido como 'Seu Juarez' por seus clientes e amigos, o cearense ainda atuava frequentemente nas lojas que possuía na cidade, principalmente na unidade localizada na Avenida Barão de Studart, onde distribuía simpatia e bom-humor para quem quisesse provar seus sorvetes artesanais.
Conforme Roberto André Lopes, neto de 'Seu Juarez', o avô estava internado em um hospital de Fortaleza, após realizar uma cirurgia na vesícula. Nesta madrugada, porém, às 3h45, ele apresentou algumas complicações por conta do procedimento cirúrgico e seu quadro de saúde piorou, culminando em uma falência múltipla de órgãos.
O neto de Juarez também informou que o velório ocorreu na Funerária Ethernus, no Bairro Aldeora. O enterro ocorrerá nesta sexta-feira (26), no Cemitério Parque da Paz.
Com quatro lojas em Fortaleza, a Sorveteria Juarez foi fundada nos anos de 1960 na cidade de Parnaíba, no Piauí, e chegou a Fortaleza em 1973, quando 'Seu Juarez' abriu a unidade da Av. Barão de Studart, a sua preferida, mesmo após a expansão da empresa. O próprio fundador fazia questão de estar sempre nas lojas atendendo os clientes e falando sobre seus sorvetes, que são livres de emulsificantes, corantes e outros aditivos.
"O meu ritmo de trabalho é o mesmo, se mudar não dá certo. Minha receita também não muda nada. Ave Maria! Não pode, tem que ficar do mesmo jeito, que é como as pessoas gostam", afirmou 'Seu Juarez' em entrevista ao Diário do Nordeste, concedida quando completou 80 anos de vida.
Para manter a tradição, 'Seu Juarez' seguia uma rotina diária que incluia acordar às 4h para chegar cedo ao mercado São Sebastião, no Centro, onde escolhia as melhores frutas. Duas horas depois, o material já estava sendo transformado no seu tradicional sorvete.
"Todos que chegam ao Ceará logo conhecem o sorvete do Juarez. E pode perguntar às pessoas: meu sorvete é diferente dos outros", dizia o simpático senhor, que certamente seguirá fazendo parte da memória afetiva de muitos fortalezenses.
Diário do Nordeste
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