Oito policiais já foram assassinados no Ceará em 2018



Embora a quantidade de policiais assassinados - quer seja em serviço, quer seja durante a folga - tenha reduzido nos últimos três anos, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS); nos oito primeiros meses deste ano, oito policiais acabaram mortos violentamente no Ceará. No último caso, ocorrido na tarde de ontem, em um bar na Vila Manoel Sátiro, três profissionais da Segurança Pública perderam a vida.
Em 2018, outros quatro policiais foram mortos durante a folga, nos meses de janeiro, fevereiro, maio e julho; em serviço, um servidor foi assassinado em março - o que totaliza cinco registros no primeiro semestre. Os números deste ano, porém, são inferiores, quando comparados a iguais períodos de 2016 e 2017.
Entre janeiro e julho do ano passado, houve 17 assassinatos de policiais no Ceará, o que significa uma redução de 70,6% no ano corrente. Já em 2016, foram 15 policiais mortos no primeiro semestre. Ao todo, nos doze meses de 2016 e 2017, 26 e 27 vidas de policiais, respectivamente, foram ceifadas pela violência urbana cearense.
Um oficial da Polícia Militar, que preferiu não ser identificado, está assustado com o poder adquirido pela criminalidade no território cearense: "O que aconteceu hoje, eu nunca vi na minha vida em nenhum Estado do Brasil, nem no Rio de Janeiro. Policiais com mais de 30 anos de serviço, que nunca se envolveram em nada. Vejo matarem um por vez em morros. É uma afronta sem tamanho".
Casos
Outros policiais civis e militares também perderam a vida, neste ano, no Ceará, como foi o caso do subtenente da Reserva Remunerada da PM, Juciano de Lima Barbosa, de 53 anos, assassinado na noite do dia 29 de julho.
O policial foi executado em um bar, de frente para sua residência, no bairro Vila Pery. Como adiantado pelo Diário do Nordeste, a SSPDS trabalha com a hipótese de que a morte do servidor tenha sido um dos pilares para o triplo homicídio no bairro Vila Manoel Sátiro.
No início do mês de maio, o sargento da PM Francisco Bonivarde Castelo Branco, 28, foi morto após uma discussão com o inspetor da Polícia Civil Egberto Setúbal Freitas em uma barraca na Praia do Futuro, também na Capital. Na época, em nota, a SSPDS informou que um procedimento foi instaurado na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) para apurar a conduta do policial civil.
Outro PM da Reserva foi baleado na nuca, durante uma tentativa de assalto, no bairro Conjunto Esperança, em 20 de janeiro deste ano. Petronilo Leonardo da Silva Neto, de 63 anos, foi levado por uma guarnição da Polícia Militar a uma unidade de saúde na Capital, mas não resistiu aos ferimentos causados pelos disparos da arma de fogo.
Nacional
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018, veiculado em 9 de agosto deste ano, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública - sobre dados relativos ao período do ano passado - o número de policiais assassinados, em todo o Brasil, em 2017, foi de 367 - cerca de um servidor morto por dia.
Os números nacionais se elevam, principalmente, em razão das vítimas nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. No ano passado, foram mortos, respectivamente, 104 e 60 servidores nos dois territórios. Em 2016, porém, o número total foi mais alto, de 386 assassinatos - o que representa uma redução de 4,9% nos crimes cometidos contra policiais.
Seguindo o ciclo histórico, em todo o Brasil, no ano passado, mais trabalhadores da área morreram no tempo de folga: 290 vítimas, quase quatro vezes mais do que o número de policiais que perderam a vida em serviço - 77.
Fonte: Diário do Nordeste

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