O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta, nesta quarta-feira (24), seu primeiro grande teste com a realização de uma greve geral liderada pelas principais centrais sindicais do país.
Convocada pela Central Geral do Trabalho (CGT), histórica união sindical vinculada ao peronismo, a paralisação contará com adesão da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) e outros sindicatos e movimentos sociais.
A maioria dos sindicatos marcou o início da greve para às 12h, no horário local, indo até 00h.
Durante o dia, os manifestantes realizam diferentes concentrações e marchas até o Congresso, em apoio a legisladores que devem votar contra o megadecreto anunciado em dezembro por Milei. A medida visa desregular a economia, eliminando e modificando várias leis aprovadas pelo Legislativo.
Os manifestantes também repudiam o projeto de lei de mais de 500 artigos enviado pelo governo ao Congresso, que pode ser debatido pela Câmara ainda nesta semana.
Campanha de dissuasão
O governo Milei, por sua vez, tenta desestimular a adesão à greve.
O ministro argentino da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, afirmou que pretende entrar com ações judiciais contra os organizadores da greve. Já o ministério da Segurança, liderado pela ex-candidata presidencial Patricia Bullrich, criou um número de denúncias.
“Sabendo da existência de extorsões, ameaças e pressões a trabalhadores para que no dia 24 de janeiro se somem à greve contra sua vontade, pelo perigo de perder seu trabalho ou ajuda social que recebem, habilitamos a linha 134 para denúncias”, anunciou o ministério, após supostas tentativas de coação para que empresários, comerciantes e trabalhadores participem da greve.
Sindicalistas ironizaram a iniciativa, dizendo que utilizarão a linha para denunciar a ameaça que sofrem do governo de serem processados.
A administração de Javier Milei anunciou, ainda, que descontará o dia não trabalhado dos funcionários públicos que aderirem à paralisação.
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