O Ceará teve 11 assassinatos de pessoas trans e travestis em 2024. Os dados foram divulgados, nesta segunda-feira (27), pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O número deixou o estado em primeiro lugar nesse tipo de crime no Nordeste, e em terceiro lugar nacionalmente, atrás de São Paulo e Minas Gerais.
Entre as vítimas, está uma travesti de 23 anos, identificada como Laila Ketellen. Ela foi assassinada em janeiro do ano passado, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. Na noite anterior ao crime, a vítima foi filmada brigando com um homem, que seria o ex-companheiro dela.
Laila era uma pessoa em situação de rua, e se envolveu com o homem, que também estava em situação de rua e trabalhava como catador de lixo. Ela foi morta com um golpe na região do pescoço.
Sobre a violência contra pessoas trans, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que dialoga, constantemente, com órgãos aliados, como a Secretaria da Diversidade (Sediv), para reduzir a vulnerabilidade das pessoas trans e travestis no Ceará.
“Para tanto, realiza o monitoramento, por meio da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), dos crimes contra esta população. Os indicadores são públicos e estão disponíveis no Painel Dinâmico, lançado em fevereiro de 2024. O monitoramento e a transparência possibilitam orientar as ações e investimentos realizados pelas Forças de Segurança do Ceará”, destacou o órgão.
“Entre os equipamentos disponíveis para o atendimento à população trans e travestis, a SSPDS pontua o funcionamento da Delegacia de Repressão aos Crimes por Descriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim), no bairro Papicu”, reforçou a Secretaria.
A SSPDS citou ainda a unidade especializada da Polícia Civil, que oferece atendimento humanizado às vítimas. “Já os crimes de violência doméstica e familiar contra mulheres trans e travestis podem ser registrados em qualquer uma das 10 delegacias de Defesa da Mulher (DDM) da PCCE”, explicou.
Por fim, a Pasta disse que a Polícia Militar conta com o Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac), que acompanha vítimas e familiares, por meio do Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (GAVV). O acompanhamento é feito por tempo indeterminado, a partir da solicitação da vítima e familiares.
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