Diretor da PF cita delegado do Rio como 'próximo' dos filhos de Bolsonaro

Carlos Henrique de Oliveira
O diretor-executivo da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira, citou em depoimento nesta terça-feira (19), o nome do delegado Márcio Derenne como um integrante da corporação no Rio de Janeiro próximo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. A CNN teve acesso ao depoimento.
Oliveira, que era superintendente da Polícia Federal no Rio até o início deste mês, disse que a proximidade era conhecida, mas não soube dizer com qual dos filhos do presidente Derenne era amigo. Oliveira afirmou que Derenne não participou da Operação Furna da Onça e que, em várias oportunidades, o delegado foi cedido para atuar em outros órgãos. 
Atualmente, segundo Oliveira, Derenne está “provavelmente desde 2019” em missão no exterior, na representação da Interpol.
Oliveira foi ouvido pela segunda vez no inquérito aberto para apurar a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Seu primeiro depoimento ocorreu no dia 13 de maio, mas Oliveira pediu para corrigir algumas das informações prestadas.
De acordo com Oliveira, apesar de ter negado em seu primeiro depoimento, ele foi procurado no dia 27 de abril deste ano por Alexandre Ramagem, então diretor da Abin. Na ocasião, Ramagem consultou Oliveira se ele aceitaria ser diretor-executivo da PF durante sua gestão. 
À época, Oliveira atuava como superintendente da PF no Rio de Janeiro e o diretor-geral da corporação ainda era Maurício Valeixo.
Antes disso, “no segundo semestre de 2019”, quando Oliveira ainda estava na Superintendência de Pernambuco, mas já havia indicação de que seria transferido para o comando do Rio, Ramagem o levou para uma audiência particular com o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Oliveira, já havia um convite prévio e encontro ocorreu em Brasília com a ciência de Valeixo e Sergio Moro, então ministro da Justiça. Oliveira afirmou que a reunião com Bolsonaro durou cerca de “20 a 30 minutos” e que Ramagem acompanhou a conversa. 
Ele afirmou ainda que não sabe se a iniciativa para o encontro partiu de Bolsonaro ou de Ramagem. Também não soube elencar um motivo específico para o encontro. 
Oliveira sustentou, porém, que durante o encontro Bolsonaro não fez pedidos específicos, perguntou sobre investigações em curso, mas limitou-se a narrar sobre sua trajetória. 
Ele afirmou ainda que ele e Ramagem já se conheciam e que trabalharam juntos quando Ramagem cuidava da segurança pessoal do então presidente eleito Jair Bolsonaro, em 2018.
A Procuradoria-Geral da República perguntou se Oliveira sabia da relação da família Bolsonaro com Bruno Malvacini. Olveira não soube dizer.

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