Valeixo afirma que presidente queria no cargo alguém com quem tivesse "afinidade"



Em depoimento prestado ontem (11), o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo afirmou aos investigadores que o presidente Jair Bolsonaro gostaria de ter um diretor-geral da corporação com quem tivesse "mais afinidade" e que por isso Bolsonaro teria decidido demiti-lo. Valeixo prestou depoimento a investigadores da PF e da Procuradoria-Geral da República no inquérito que apura supostas interferências indevidas de Bolsonaro na Polícia Federal, aberto após as declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. O ex-diretor-geral foi ouvido na Superintendência da PF em Curitiba, onde passa férias após sua saída do cargo.
Segundo fontes que acompanharam o depoimento, Valeixo relatou que o presidente desejava ter um diretor-geral da PF que fosse de sua confiança, por isso a decisão pela exoneração. O inquérito investiga a possível ocorrência de crimes por parte de Bolsonaro (advocacia administrativa, obstrução de Justiça e falsidade ideológica, por exemplo) e por parte de Moro (denunciação caluniosa).
Ainda ontem, em Brasília, ocorreram os depoimentos de Alexandre Ramagem, nome indicado por Bolsonaro para comandar a PF no lugar de Valeixo mas que foi barrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e Ricardo Saadi, ex-superintendente da PF no Rio que foi alvo de pressões públicas do presidente em agosto do ano passado.
Trocas
Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, oficializou, ontem, trocas na cúpula da Polícia Federal, promovendo os superintendentes regionais da Paraíba e do Tocantins a cargos administrativos. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União.
A delegada Cecília Silva Franco, que chefiava a PF em Tocantins, foi nomeada para assumir a Diretoria de Gestão de Pessoal da corporação no lugar do delegado Delano Cerqueira Bunn. Já o superintendente da Paraíba, André Viana Andrade, foi escolhido para ser diretor de Administração e Logística Policial da Polícia Federal, substituindo o delegado Roberval Ré Ricalvi.
A outra mudança promovida por Mendonça foi na Diretoria Técnico-Científica da instituição: o perito criminal federal Alan de Oliveira Lopes assumiu o posto de Fabio Augusto da Silva Salvador.
Na semana passada, um dos primeiros atos do novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, foi mudar o comando da Superintendência Regional do Rio de Janeiro, justamente o foco de interesse de Bolsonaro e que gerou atritos entre ele e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
O delegado Tácio Muzzi foi escolhido para substituir Carlos Henrique de Oliveira, que foi transferido para Brasília para ocupar a diretoria-executiva, o segundo cargo na hierarquia da PF.
Fonte: Diário do Nordeste

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