Apesar da derrota, 'é difícil para Bolsonaro abandonar Donald Trump', afirma cientista político

Sputnik - Os delegados do Colégio Eleitoral enviaram oficialmente seus votos para Washington nesta segunda-feira (14). Pouco antes das 19h30 (horário de Brasília), Joe Biden foi confirmado presidente dos EUA após ter conquistado 306 votos eleitorais, contra 232 de Donald Trump.
De acordo com a 12ª emenda à Constituição dos EUA, os eleitores votam separadamente para presidente e para vice-presidente. Para ser eleito, o candidato deve obter maioria absoluta, ou seja, pelo menos 270 votos.
Com o fechamento de mais uma etapa dos protocolos do sistema eleitoral americano, a confirmação de Joe Biden como novo presidente dos EUA levanta questões sobre como o Brasil e o governo Bolsonaro vão lidar com as mudanças comerciais e diplomáticas entre os dois países.
Para compreender como será o futuro do relacionamento entre Brasil e EUA, e as diferenças entre Trump e Biden neste contexto, a Sputnik Brasil conversou Roberto Moll, professor de História da América na Universidade Federal Fluminense (UFF).
O cientista político entende que a "relação entre Bolsonaro e o novo governo dos EUA será tensa, porém, sem grandes rupturas".
Para ele, "as relações entre os dois países devem se manter em um patamar pragmático. Não deve haver nenhuma ruptura, exceto no que envolve o meio ambiente. Isso acontece porque as forças que movem essa relação são muitos mais fortes do que o estresse e as questões individuais entre os presidentes".
Apesar do pragmatismo citado pelo especialista, Roberto Moll entende que "durante a corrida eleitoral norte-americana, o presidente Bolsonaro cometeu um enorme equívoco ao prestar apoio a um dos candidatos. Com a vitória de Biden, certamente há um enfraquecimento nas relações mútuas entre os dois governos".
A evidente preocupação de Roberto Moll diz respeito às possíveis sanções comerciais que o Brasil sofreria diante das anunciadas políticas ambientais do futuro presidente norte-americano.
É importante lembrar que durante o primeiro debate eleitoral, no começo de outubro, Biden prometeu se juntar com outros países e oferecer US$ 20 bilhões (R$ 112 bilhões) para ajudar na preservação da Amazônia. "Parem de destruir a floresta e, se não fizer isso, você terá consequências econômicas significativas", sentenciou.
(*) 247

Related Post

Apesar da derrota, 'é difícil para Bolsonaro abandonar Donald Trump', afirma cientista político BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...