Argentina vota lei do aborto e Papa Francisco rebate em mensagem no Twitter


Senado da Argentina instaurou nesta terça-feira, ontem,  a sessão em que irá discutir um projeto de legalização do aborto até a 14ª semana de gestação, dois anos depois que uma iniciativa semelhante foi rejeitada nessa câmera.
A sessão, que transcorre com alguns congressistas presentes e outros participando de forma remota, teve início às 16h locais, com a assistência de 67 senadores, informou a presidente da câmara, Cristina Kirchner.
Há 58 oradores inscritos e estima-se que a votação aconteça de madrugada. Milhares de manifestantes favoráveis e contrários à proposta ocuparam as ruas vizinhas ao Congresso, exibindo cartazes e agitando bandeiras.
Um projeto para legalizar o aborto foi rejeitado em agosto de 2018 no Senado, mas, desta vez, a disputa se mostra mais acirrada e o resultado é incerto. O promotor da iniciativa foi o presidente de centro-esquerda Alberto Fernández, inspirado nos princípios da organização Campanha pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, identificada com o verde, cor que marcou manifestações gigantescas.
"Sou católico, mas tenho que legislar para todos. Todos os anos, cerca de 38.000 mulheres são hospitalizadas por abortos e, desde a recuperação da democracia (em 1983), mais de 3.000 mulheres morreram por esta causa", apontou Fernández. O governo calcula que sejam realizados entre 370.000 e 520.000 abortos clandestinos por ano, em um país de 45 milhões de habitantes.
A oposição à interrupção voluntária da gravidez, que adotou a cor azul, tem como representantes a Igreja Católica e a Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas, também promotoras de grandes manifestações nas ruas. O Papa Francisco, antigo arcebispo de Buenos Aires, publicou hoje no Twitter que "o Filho de Deus nasceu descartado para dizer a nós que toda pessoa descartada é um filho de Deus. Veio ao mundo como uma criança vem ao mundo, fraca e frágil, para que possamos acolher nossas fragilidades com ternura", uma mensagem interpretada pela imprensa como de rejeição à lei.
Fonte: AFP

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