A situação em que se encontram os caixas das prefeituras de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha parece estar bem pior que o apurado pelas equipes de transição. Com pouco mais de um mês das novas gestões, prefeitos e secretários são unânimes em avaliar que é preciso diminuir, em pelo menos 20%, os gastos das máquinas públicas para viabilizar as prefeituras.
Com quase 40 dias de governo, os prefeitos ainda não decidiram pela contratação de temporários e se permanecerão com contratos de fornecedores oriundos das gestões passadas. As novas administrações querem reavaliar valores e redefinir as ocupações de lotação de concursados. Em Barbalha, por exemplo, o prefeito Argemiro Sampaio deve encaminhar para as secretarias um pedido para que todos os servidores se apresentem nos locais de trabalho para recadastramento e reavaliação de função.
Ainda como candidato, Argemiro denunciou a existência de contratações fraudulentas e pagamentos indevidos a servidores ligados ao ex-prefeito Zé Leite (PT). Entre outros, o atual prefeito quer identificar os servidores pertencentes ao Estado, cedidos à Prefeitura com remuneração aquém da capacidade de pagamento da gestão.
Em Juazeiro do Norte e Crato, as altas dívidas deixadas pelas ex-gestões de Raimundo Macedo (PMDB) e Ronaldo Mattos (PSC), respectivamente, devem inviabilizar as prefeituras durante todo o primeiro ano. O prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil (PP), espera o resultado de uma auditória nas finanças para informar como recebeu a Prefeitura e o que vai fazer para resolver o problema. Apesar de ser aliado do ex-prefeito Ronaldo Mattos, o atual gestor garante que não absorverá erros de gestões passadas.
O mesmo levantamento está sendo feito pelos prefeitos Arnon Bezerra (Juazeiro) e Argemiro Sampaio (Barbalha). Os três prefeitos não descartam enviar os relatórios finais das auditorias para apreciação do Ministério Público. Além disso, investigações da Polícia Federal, em conjunto com os Ministérios Públicos do Estado e Federal, continuam descobrindo fraudes em licitações antigas, o que deve inviabilizar a renovação de alguns contratos como coleta de lixo, merenda escolar e transporte.
Nas três prefeituras, as nomeações autorizadas pelos gestores ainda não chegaram a 40% dos cargos disponíveis nas ex-gestões. Além da diminuição de secretarias e a fusão de outras, os gestores acreditam ser necessário um esforço maior para fazer a máquina pública andar.
Neste momento, os três prefeitos são unânimes em dizer que apenas setores como Saúde, com a compra de medicamentos, e Educação, com novas licitações de merenda e transporte, serão encaminhados com prioridade.
O retrato da indefinição no novo organograma de secretarias e nomeações de cargos é ratificado com o início das atividades nos legislativos municipais. Nenhum dos três prefeitos enviou às Câmaras de Vereadores os novos organogramas para serem apreciados pelos parlamentares. A ideia é repensar as nomeações.
Fonte: Jornal do Cariri
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