O acionamento da bandeira tarifária vermelha 2 vai pesar no bolso do consumidor e afetar a inflação do mês de agosto.
Um cálculo feito pela economista-chefe da CM capital, Carla Argenta, indica impacto adicional de 0,15 ponto percentual no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no próximo mês.
Com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 anunciado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta sexta-feira (25), serão cobrados R$ 7,87 a mais para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
A energia elétrica residencial tem peso de 3,90% na composição do índice.
Apesar do acionamento da nova tarifa, é possível que essas projeções não mudem tanto.
"Acredito que a alta não seja tão intensa porque algumas casas já consideravam esse cenário", diz Carla Argenta.
A publicação do IPCA-15 de julho também deve afetar as projeções. O próximo boletim Focus, com as expectativas do mercado, será publicado pelo BC (Banco Central) na segunda-feira (28).
Bandeira mais cara
A bandeira vermelha 2 é a mais cara das opções da Aneel e foi acionada pela última vez em outubro de 2024.
Segundo o órgão, a mudança em agosto foi justificada pelo cenário de afluências abaixo da média em todo o país e a necessidade de acionamento de usinar termelétricas — que tem custo mais elevado.
Em nota, a Aneel reforça que o consumidor deve, com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, manter-se ciente da "importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica".
Por conta da escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas, a bandeira vermelha patamar 1 já vinha acionada desde junho.
"Esse quadro tende a elevar os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais onerosas para geração, como as usinas termelétricas", escreveu a Aneel ao reforçar a aplicação da bandeira vermelha 1 em julho.
Nenhum comentário: