O trio acusado pelo estupro e morte da jovem Natany Alves, raptada após sair da igreja em Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará, foi condenado pela Justiça cearense nesta sexta-feira (1º), e as penas somadas passam de 99 anos. Os acusados não poderão recorrer da sentença em liberdade.
A sentença foi dada pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Quixadá. Na decisão, o juiz Luiz Gustavo Montezuma Herbster afirmou que "restou comprovado nos autos que os três acusados associaram-se de forma estável e permanente, por um breve período e em várias cidades, com o propósito específico de praticar reiteradamente delitos patrimoniais, sem prazo para acabar. Tal circunstância, como vimos, foi admitida pelos próprios réus em seus interrogatórios, nos quais relataram que, antes mesmo do planejamento e execução do latrocínio que vitimou Natany e da ocultação do seu cadáver, já adotavam condutas fraudulentas consistentes em pedidos de ajuda (“mangueio”), com apelo falso à caridade, utilizando-se da imagem do filho de Francisco Márcio - criança com deficiência física - como meio de sensibilizar terceiros e angariar recursos financeiros".
A assistência da acusação, feita pelos advogados Leandro Vasques, Holanda Segundo e Marina Torquato, afirmou em nota que "o Poder Judiciário Cearense respondeu com muita sensatez à sociedade e honrou a memória de Natany. Desde a fase das investigações à condenação, todas as instituições trabalharam com muito empenho em garantir os direitos do réu e da família da vítima, para que o processo fosse de fato justo e restaurativo".
Os advogados acrescentaram ainda que "a condenação não repara o grande sofrimento empregado à família, mas gera uma resposta social necessária à atrocidade cometida contra a jovem e entrega a sensação de que a Justica efetivamente foi feita".
Por fim, a assistência destacou que "as penas aplicadas poderão ser revistas em segundo grau a fim de aumentá-las, principalmente não caso de Jardson e Teodosio, tendo em vista que ambos se mostraram extremamente perigosos".
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