Julgamento de Bolsonaro vira disputa PL x PT nas redes sociais de parlamentares do Ceará Os réus que integram o "núcleo 1" da tentativa de golpe de Estado começaram a ser julgados nesta semana

Os dois primeiros dias de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus que integram o "núcleo 1" da tentativa de golpe de Estado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) teve uma repercussão restrita entre os parlamentares cearenses.

As publicações foram feitas, de forma majoritária, pelos partidos que protagonizam a mais recente polarização política no País: o PL, de Bolsonaro, e o PT, do presidente Lula (PT). Parlamentares de partidos como o União Brasil e Novo — apoiadores do ex-presidente — e do Psol — contrários a Bolsonaro — também falaram sobre o julgamento do Supremo.

Do lado bolsonarista, pedidos de oração por Jair Bolsonaro, a presença da hastag "#BolsonaroFree" e questionamentos sobre a imparcialidade dos ministros do STF, inclusive com críticas ao relator da ação penal, Alexandre de Moraes, dominaram o discurso digital dos parlamentares cearenses.

As falas do perito Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na Comissão de Segurança Pública do Senado, também foram usadas por bolsonaristas cearenses — seguindo estratégia puxada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).

Do outro lado, petistas e psolistas reforçaram o caráter "histórico" do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e defenderam a importância do momento para a defesa à democracia no País.

Também houve a repercussão de falas do procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação dos réus, e dos ministros do Supremo, Alexandre de Moraes e Carmén Lúcia — ela defendeu as urnas e o processo eleitoral, ao rebater faça do advogado do réu Alexandre Ramagem, Paulo Cintra.

A repercussão, no entanto, não dominou as casas legislativas cearenses nem a bancada cearense no Congresso Nacional. Levantamento realizado pelo PontoPoder mostra que poucos parlamentares — entre senadores, deputados federais e estaduais ou vereadores de Fortaleza — se manifestaram sobre o assunto.

Entre os cearenses no Senado Federal, apenas Eduardo Girão (Novo) falou sobre os dois primeiros dias de julgamento de Bolsonaro. Na bancada do Ceará na Câmara dos Deputados, o assunto foi repercutido por apenas cinco parlamentares — com deputados tanto do PL como do PT preferindo não publicar nada sobre o tema.

Na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o assunto chegou a tribuna do Plenário, inclusive com embate entre bolsonaristas e petistas. Contudo, também acabou ficando restritos a estes dois grupos, com poucos parlamentares falando sobre o julgamento no STF — mesmo nas redes sociais, o assunto esteve ausente nos perfis de deputados estaduais e vereadores de Fortaleza.
CONGRESSO NACIONAL

Líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) fez diversas publicações, tanto na terça (2) ou quarta (3) — dias das quatro primeiras sessões de julgamento, quando foram feitas as sustentações orais da Procuradoria Geral da República e da defesa dos réus.

"Dia histórico para a democracia brasileira. Dois momentos marcam a história da democracia. A promulgação da carta em 1988 e hoje o julgamento do comando golpista de 08 de janeiro de 2023", disse o deputado cearense por meio do X (antigo Twitter), pouco antes do julgamento iniciar na terça-feira.

O parlamentar também repercutiu falas do ministro Alexandre de Moraes e do procurador-geral Paulo Gonet, além de pontuar que o julgamento representa uma "verdadeira vitória da democracia".

(*) Ponto Poder

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