A determinação nacional da Federação União Progressista (formada por União Brasil e Progressistas) de devolver, em até 30 dias, todos os cargos ocupados no governo Lula provocou impacto imediato no tabuleiro político cearense. A medida foi recebida com entusiasmo pela ala de oposição ao governo Elmano de Freitas (PT), que viu no movimento a oportunidade de fortalecer a defesa de que a federação marche oficialmente contra o PT nas eleições de 2026.
No Ceará, a situação é peculiar. A bancada da federação na Câmara se divide entre os governistas Moses Rodrigues e Fernanda Pessoa, do União Brasil, além de AJ Albuquerque (PP), e oposicionistas: Danilo Forte e Dayany Bitencourt (União).
Essa fragmentação interna alimenta uma disputa pelo comando da federação no Estado, hoje marcada pelo embate entre dois nomes: Capitão Wagner, que desponta como referência da oposição, e Moses Rodrigues, favorito da ala governista.
COMANDO NACIONAL ANUNCIOU MEDIDA EM COLETIVA
O anúncio nacional, feito pelos presidentes Antônio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (Progressistas), determina punição para quem descumprir a devolução dos cargos, incluindo o afastamento imediato dos desobedientes.
A rigidez da medida acendeu ainda mais a chama da disputa interna no Ceará.
REAÇÕES NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
A temperatura subiu nesta quarta-feira (3), na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Felipe Mota (União) foi à tribuna reclamar de possíveis interferências externas, insinuando que setores ligados ao governo Elmano estariam tentando influenciar a posição da federação.
“Cuidem do partido de vocês. Do nosso, cuidamos nós”, disparou o parlamentar, um dos membros da oposição ao governo na Casa.
Nos bastidores, avaliação é que a recomendação encoraja a ala de oposição a assumir o comando estadual da federação.
DEPUTADO CEARENSE DIZ QUE PP SEGUE COM ELMANO
Em entrevista ao PontoPoder, em Brasília, o deputado federal AJ Albuquerque declarou que o PP segue no apoio ao governo do estado no Ceará.
Essa declaração já é uma reação aos movimentos recentes. E traz mais elementos: a citação de apoio a Moses Rodrigues ao Senado, uma costura por meio da qual o governismo tenta atrair a federação.
GOVERNISTAS AVALIAM O CENÁRIO
Para o grupo governista, o episódio nacional gera o risco de ver a sigla local, com grande força política e tempo de rádio e tv, escapar do controle e se tornar base de uma candidatura oposicionista robusta em 2026.
Enquanto Brasília redesenha a geopolítica partidária com a saída formal da base de Lula, no Ceará o movimento acirra a disputa por espaço, alimenta discursos e deixa claro que a federação se tornou peça central no xadrez político de 2026.
(*) Diário do Nordeste
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