Familiares das vítimas de incêndio protestam contra o Flamengo: “Estamos desamparados”


Familiares das vítimas sobem o tom contra postura da diretoria rubro-negra.

"Agora, vem a realidade"
O Flamengo reuniu nesta quinta-feira os parentes dos garotos vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, no último dia 8 de fevereiro, para nova rodada de discussão a respeito dos valores de indenização às famílias, dessa vez mediada pelo Tribunal de Justiça. O encontro terminou sem acordo e os familiares, que deixaram a sede do TJ revoltados, afirmam ter encerrado negociações com o clube. Antes, eles já haviam encerrado sem consenso uma reunião com participação do Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Defensoria do Rio de Janeiro.
“Eles [dirigentes do clube] estão brincando com a vida dos nossos filhos. Nós estamos aqui como palhaços, desamparados por todos, principalmente pelo Flamengo”, declarou Cristiano, pai do goleiro morto Christian Esmério, ao fim da reunião. Ele chamou de “tortura o que o Flamengo está fazendo conosco”. No encontro, o clube rubro-negro aumentou o valor fixo de indenização que havia oferecido nas mediações com a câmara de conciliação, que era de até 400.000 reais por família, mas manteve a ideia de pagar um salário mínimo mensal por dez anos. Os parentes exigem o mesmo que Defensoria e MP sugeriram na proposta rechaçada pelo clube: 2 milhões de reais de indenização e mais 10.000 mensais de pensão até a data em que os meninos completariam 45 anos. A soma de todos os valores totalizaria aproximadamente 57 milhões de reais, menos do que o Flamengo gastou para contratar o uruguaio Arrascaeta no início do ano (63 milhões de reais).
Antes da reunião, o desembargador Cesar Cury, mediador do processo, disse que esperava ver o imbróglio com as famílias “ser resolvido rapidamente”. Já o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, não esteve presente no encontro. Bernardo Aciolly e Rodrigo Dunshee, dirigentes do departamento jurídico, e outros três advogados representaram o clube. “Onde está o presidente?”, questionou Danrlei, pai da vítima Bernardo Pisetta, depois de não aceitarem o acordo. “Será que ele tinha algo mais importante para fazer? É uma falta de respeito. Isso não se faz nem com cachorro. Qualquer tipo de negociação está encerrada”.
Pela discrepância de valores, MP e Defensoria Pública determinaram a interdição imediata do CT do Ninho do Urubu e solicitaram o bloqueio de 57 milhões de reais nas contas rubro-negras, ressaltando que “a omissão do clube, aliada ao grave acidente ocorrido, demonstra um desrespeito reiterado às determinações de interdição das referidas instalações”. A diretoria rubro-negra, por sua vez, comunicou que “seguirá atuando para que os familiares sejam indenizados de forma justa e no menor período de tempo possível”, agora em negociações que se encaminham para os tribunais.
El País

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