POLARIZAÇÃO EM FORTALEZA
O presidente licenciado do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, comentou sobre a situação do partido no Ceará e reconheceu a possibilidade de Ciro Gomes deixar a sigla com reaproximação do PT, embora a decisão caiba ao próprio. “O Ciro só sai do partido se quiser”.
Em entrevista ao jornal O Globo, publicada ontem, quinta-feira (7), Lupi afirmou que não vê vontade de Ciro em deixar o PDT, mas reconheceu que uma reaproximação entre PT e PDT representaria “uma grande dificuldade” para o ex-ministro. Lupi acrescentou que aguardará até o fim do ano para observar os próximos passos, pois, a decisão de Ciro é algo que “só perguntando a ele”.
Sobre as eleições de 2024 em Fortaleza, Lupi avaliou que a derrota do prefeito José Sarto (PDT) foi influenciada pelo rompimento entre PT e PDT, o que dificultou a comunicação da gestão de Sarto. Segundo ele, Lula “é muito forte” no Ceará, e esse impacto gerou uma polarização em Fortaleza, entre PL e PT, representada pelo candidato derrotado André Fernandes (PL) e pelo prefeito eleito Evandro Leitão (PT).
Quanto ao apoio de aliados de Ciro a André, Lupi afirmou que isso precisa ser discutido internamente. “Temos que conversar. Como ficou muito polarizado, já estou sentindo dificuldades”.
Lupi e André Figueiredo, presidente nacional em exercício do PDT, acreditam que o partido deve participar da gestão de Evandro, candidato que ambos apoiaram. No entanto, “vai dar problema”, já que o ex-prefeito Roberto Cláudio, que apoiou André, “não quer participar”.
“Precisamos de uma conclusão. Quem não quiser participar do governo, como vai fazer? Vai ser uma linha de oposição de que maneira? Não vamos continuar apoiando o PL. Mas tem que esperar decantar”, afirmou.
Sobre uma possível federação com o PSB, Lupi disse ser uma possibilidade, mas ponderou que será preciso avaliar “as consequências em Fortaleza, para saber a possibilidade”. Ele destacou que mantém boa relação com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e com o prefeito de Recife, João Campos, mas observou que o rompimento das siglas no Ceará “atrapalhou muito” a relação.
Nenhum comentário: