IMPACTOS
A cotação do dólar atingiu a marca histórica de R$ 6 na manhã desta quinta-feira (28), após o Governo Federal anunciar, na noite de quarta-feira (27), um pacote de corte de gastos que prevê uma economia de R$ 70 bilhões para os cofres públicos nos próximos dois anos.
O dólar comercial, utilizado nas transações entre empresas, é a principal referência para todas as cotações no Brasil. Desde o anúncio, o mercado financeiro tem avaliado os possíveis impactos do ajuste fiscal.
Em entrevista à Rádio Jangadeiro BandNews FM 101,7, o economista Davi Azim Filho afirmou que o valor da moeda americana deve continuar subindo devido à instabilidade da economia brasileira.
“Quando existe um descontrole das contas públicas, os investidores começam a sair e há uma saída de dólares do país. Isso encarece o dólar e impacta a economia como um todo, pois há muitas situações econômicas que envolvem o dólar”, comentou.
Segundo o economista, ao contrário do que imagina o Ministério da Fazenda, o corte de gastos não deve apenas reduzir as despesas, mas também diminuir a arrecadação.
“O ministro Fernando Haddad continua na pretensão e no desejo. Isso não funciona para o mercado. Tem que ter algo concreto. Ele fala em cortar gastos, mas vai perder muita receita. Essa conta não fecha e irrita bastante o mercado, principalmente os investidores. A gente tem que respeitar os princípios das leis e os princípios econômicos. O Governo Federal não consegue ter um controle rígido dos gastos”, afirmou.
Por fim, o economista afirma que as medidas adotadas não vão resolver a economia do país e faz uma analogia sobre o pacote de corte de gastos. “É como se você tirasse um copo de água do oceano".
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