Companhia aérea Voepass cancela voos no Nordeste, demite trabalhadores e não paga rescisões e FGTS


Dezenas de trabalhadores da empresa aérea Voepass foram demitidas e não receberam os direitos trabalhistas, como rescisão e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). As dispensas estão ocorrendo desde o final do mês de agosto, após o acidente com uma aeronave da empresa que resultou em 62 mortos, no interior de São Paulo.

O grande montante de demissões ocorreu com os funcionários que ficavam em terra, conforme ex-funcionários. No Ceará, são três os aeroportos em que a Voepass encerrou suas atividades. São eles: Fortaleza, Aracati e Juazeiro do Norte. Na Capital, segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviarios (SNA), foram 12 pessoas dispensadas e em Juazeiro, 3.

A mulher ainda comenta que já aconteceu da Voepass colocar os funcionários de terra para a rua, aqui no Ceará, e meses depois recontratar. Esse fato também estaria fazendo com que muitos acreditassem na possibilidade.
RESCISÃO PARCELADA E FGTS EM ATÉ 5 ANOS

"Agora, quem consegue abrir um chamado para falar online com o RH da empresa recebe a informação que da rescisão seria paga entre 10 e 12 vezes de meio salário mínimo e, após essas parcelas, seria quitado o restante. Já o FGTS eles estão dando o prazo de até cinco anos para depositar", fala a mulher, com indignação.

A ex-funcionária ainda comenta que questionados sobre a ilegalidade do não pagamento, os representantes da empresa falariam que sabiam que era "errado", mas que essa seria a "única forma que a empresa tem para pagar".

No Nordeste todo seriam 22 pessoas, mas os prejudicados afirmam que possuem um grupo em rede social como mais de 100 pessoas, advindas de todo o território nocional. Todos estariam na mesma situação: sem receber a rescisão e sem ter o que sacar do FGTS, já que a empresa não fazia os depósitos periódicos.

O Diário do Nordeste conversou com dois cearenses despedidos pela Voepass que, por medo de represálias, pediram para não ter os nomes e cidade em que atuavam divulgados. Um deles é uma mulher de 39 anos que estava há pouco mais de dois anos trabalhando para a empresa em terra.

Ela relata que, desde o acidente, os funcionários estavam trabalhando com medo e que, em um certo momento, todos que tinham direito a férias foram obrigados a tirá-las. Na volta, eles eram dispensados.

"Estava um zoom, zoom, zoom grande e começaram a dar férias, e quem não tinha férias já era demitido. Só chegavam os documentos para assinar, ou as férias, ou o aviso prévio. Sem orientação, a maioria assinava. As pessoas assinam porque têm medo".

Porém, ao assinarem a rescisão, os trabalhadores eram informados de que não receberiam nenhum valor naquele momento. "As pessoas foram demitidas online. Não teve reunião, nada. E, para ninguém colocar na justiça, eles ainda disseram que vão voltar em março e recontratar todo mundo. Eles colocaram medo assim".

(*) DN

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