Dois dos 22 réus acusados pela Chacina da Sapiranga foram a júri popular nessa quinta-feira (18) e condenados a 557 anos de prisão.
Nilson Lima Nogueira Filho foi sentenciado a 295 anos e 5 meses de reclusão e saiu do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, sob escolta policial rumo ao presídio. Vinícius Rian Inácio da Silva foi condenado a 262 anos e 25 dias de prisão e segue foragido.
Nenhuma testemunha de defesa e acusação foi ouvida durante a sessão ocorrida na 1ª Vara do Júri. Nilson foi interrogado e optou por responder às perguntas do Ministério Público do Ceará (MPCE) e a defesa dele.
Além do crime de homicídio qualificado, os réus foram condenados por tentativa de homicídio, corrupção de menores e por integrar organização criminosa. As defesas dos réus não foram localizadas pela reportagem.
“Esse tipo de conduta, com efeitos deletérios imensuráveis, exige do sistema de justiça como um todo uma resposta eficaz e eficiente, de modo a, no mínimo, contribuir para a inibição e/ou desestímulo de seus protagonistas, os quais, como de todos sabido, chegam até mesmo a rivalizar com o próprio Estado constituído. Impõe-se, pois, que em contraposição a ousadia desses grupos criminosos que não hesitam em afrontar à sociedade e ao próprio ente federativo, seja promovida, no mínimo em forma de severa punição, a justa proteção aos bens juridicamente tutelados”, declarou o promotor Marcus Renan Palácio de Morais Santos.
O grupo é acusado de participar do crime ocorrido na noite do Natal de 2021. Dezenas de pessoas se confraternizavam no Campo do Alecrim, na Sapiranga, quando foram surpreendidas por tiros. Morreram André Alexandre Rodrigues, Israel da Silva Andrade, John Lenon Holanda, Mateus Ribeiro dos Santos e Ederlan Fausto. Outras seis pessoas ficaram feridas.
"Os demais réus devem ir a julgamento quando a sentença de pronúncia (decisão que submete o acusado a júri popular) transitar em julgado, ou seja, quando não houver mais a possibilidade de recursos"Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)
DISPUTA DE TERRITÓRIO
Conforme as investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE), a chacina foi motivada pela disputa por território para o tráfico de drogas. Os acusados são apontados como membros da facção criminosa Massa Carcerária, que surgiu de uma dissidência da facção carioca Comando Vermelho (CV).
Morreram André Alexandre Rodrigues, Israel da Silva Andrade, John Lenon Holanda, Mateus Ribeiro dos Santos e Ederlan Fausto. Outras seis pessoas ficaram feridas.
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