Acopiara, Capistrano e Itapiúna foram as piores cidades cearenses em investimentos públicos em 2024, de acordo com Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF).
A pesquisa, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), busca analisar a situação das contas públicas municipais e mostrar como as prefeituras administram os recursos. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (17).
Já o índice Investimentos é referente à capacidade da prefeitura de gerar bem-estar e competitividade. Além desse indicador, o estudo investiga a Autonomia, os Gastos com Pessoal e a Liquidez dos municípios.
Os dados foram coletados com base em resultados fiscais oficiais, declarados pelas próprias prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Para essa edição, foram analisadas as contas de 181 dos 184 municípios cearenses, a partir dos dados de 2024. As informações das cidades de Graça, Meruoca e Penaforte estavam inconsistentes ou indisponíveis. Ao todo, foram avaliadas 5.129 cidades brasileiras.
Na pesquisa, cada município recebe uma pontuação referente a um índice. O valor varia entre 0 e 1 e pode ser classificado da seguinte forma: Crítico: resultados inferiores a 0,4 ponto;
Difícil: resultados entre 0,4 e 0,6 ponto;
Bom: resultados entre 0,6 e 0,8 ponto;
Excelente: resultados superiores a 0,8 ponto.
As pontuações para o índice de Investimentos de Capistrano, Acopiara e Itapiúna foram, respectivamente, 0,0995, 0,1909 e 0,1937.
As três cidades integram um grupo de 47 municípios cearenses com esse indicador considerado crítico ou difícil, representando cerca de 26% das prefeituras do Estado analisadas.
74% DOS MUNICÍPIOS CEARENSES TÊM ELEVADO NÍVEL DE INVESTIMENTO PÚBLICO
Apesar desses números, 74% (134) das cidades apresentaram elevado nível de investimento público, dentre as quais 68 prefeituras tiveram nota máxima no indicador ao destinarem mais de 12% do orçamento para investimentos.
O resultado da média estadual do índice também foi satisfatório: 0,7664, acima da média nacional (0,7043).
Paralelamente, a média de investimentos de Fortaleza (0,8154) também ficou acima da média nacional, assim como da média entre as capitais (0,7050).
Na visão do economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon), Wandemberg Almeida, um nível baixo de investimento público pode estar relacionado a entraves fiscais e dívidas herdadas de gestões anteriores, enquanto um alto nível de investimento pode ser resultado de atividades econômicas mais fortes na região.
No entanto, ambas as realidades estão diretamente relacionadas à gestão municipal.
“Municípios com uma melhor gestão fiscal acabam tendo maior capacidade de atração de recursos federais e estaduais. Infelizmente, nós elegemos muitas pessoas que não sabem o que é gestão financeira, planejamento tributário. Muitos dos municípios acabam colocando gestores apenas por ser familiar ou conhecido. Isso é um problema do País como um todo”Wandemberg Almeida
Economista e presidente do Corecon.
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