Hospital Regional do Centro Sul É imperativo que a decisão final sobre o local de construção do hospital seja pautada estritamente por critérios técnicos e geográficos, que beneficiem o maior número de cidadãos da região, de forma isonômica e livre de qualquer viés político-partidário

 

















A trajetória de um gestor público é frequentemente aferida pela sua capacidade de antever as necessidades futuras de sua gente. Em Icó, o ex-prefeito Neto Nunes demonstrou-se, ao longo de sua carreira, um político de notável visão.

Já em sua campanha ao Palácio da Alforria, no ano de 1996, assumiu o compromisso de edificar e entregar à população o Hospital Regional de Icó, uma promessa que, à época, refletia uma profunda compreensão das demandas de saúde da região.

​Seu programa de governo ia além, abrangendo pautas sociais e de infraestrutura de grande impacto, como erradicar a emblemática cena das latas d’água na cabeça das mulheres, universalizando o acesso à água potável nos bairros periféricos e na zona rural. Previa também expandir a rede de eletrificação a localidades antes imersas na escuridão, realizar concurso público para a valorização do funcionalismo, restaurar o valioso patrimônio histórico e promover a inclusão social.

Foi, em suma, a promessa de uma gestão marcada por entregas concretas. ​Anos mais tarde, essa visão de regionalização da saúde foi ecoada e ampliada em nível estadual pelo então governador Cid Gomes, outro líder visionário, que implementou com êxito a política de construção de hospitais regionais em diversas macrorregiões do Ceará, transformando a realidade do atendimento médico no interior.

​O princípio norteador e democrático para a localização de tais equipamentos de saúde é a sua instalação em um ponto geograficamente estratégico, que possa atender com maior eficiência e proximidade os munícipes de diversas cidades circunvizinhas.

Exemplo paradigmático dessa lógica é o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, estrategicamente edificado na BR-116, Km 190, cuja localização facilita o acesso para uma média de 20 municípios.

​Na região Centro-Sul cearense, o governador Elmano de Freitas, anunciou a construção do esperado Hospital Regional Estadual. A proposta inicial, amplamente considerada lógica e benéfica, indicava sua implantação na comunidade do Cascudo, às margens da Rodovia Estadual Deputado Tarcísio Monteiro (CE-282).

Tal localidade atenderia de forma exemplar todo o Vale do Salgado e o Centro-Sul. ​Contudo, informações recentes apontam, sem um debate público prévio, para uma possível alteração desse plano, com a transferência do projeto para a sede do município de Iguatu. Esta mudança, se concretizada, descontrói o conceito basilar que tem sido a regra e o sucesso desse modelo de saúde pública.

​Espera-se que o diálogo seja reaberto de forma transparente e republicana. É imperativo que a decisão final sobre o local de construção do hospital seja pautada estritamente por critérios técnicos e geográficos, que beneficiem o maior número de cidadãos da região, de forma isonômica e livre de qualquer viés político-partidário.

A saúde da população do Centro-Sul deve ser a única e soberana prioridade.

(*) Repórter Ceará 

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Hospital Regional do Centro Sul É imperativo que a decisão final sobre o local de construção do hospital seja pautada estritamente por critérios técnicos e geográficos, que beneficiem o maior número de cidadãos da região, de forma isonômica e livre de qualquer viés político-partidário BLOG DO CARLOS DEHON Rating: 5 quinta-feira, 2 de outubro de 2025

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