O ataque a uma escola de Sobral ocorrido na última semana foi um crime premeditado e que teve como 'pano de fundo' a disputa entre facções criminosas. Bruno Amorim Rodrigues, até agora o único suspeito preso pela ação, confessou à Polícia ser membro do grupo paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Conhecido como 'Bruno Panga', o jovem estava solto há apenas cinco meses e tem uma ficha criminal extensa, já respondendo por outro homicídio na cidade. Nesta terça-feira (30), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) divulgou que um laudo da Perícia Forense do Ceará "confirma que arma usada em mortes em Sobral foi utilizada em outro homicídio".
"O exame comprovou, pericialmente, que o projétil encontrado nos crimes da semana passada partiu da mesma arma de fogo utilizada em um homicídio ocorrido em julho, cujo suspeito seria o mesmo capturado na última semana", segundo a SSPDS.
A reportagem apurou que enquanto esteve no presídio, Bruno 'rasgou a camisa' da facção Comando Vermelho (CV) e entrou para a facção paulista.
Em razão da troca de facção, ele disse ter sido "decretado" pelo CV no bairro onde morava, o que levou a família dele a precisar se mudar. Conforme consta em documentos a que a reportagem teve acesso, uma das vítimas do ataque era ligada ao grupo carioca.
'Bruno Panga' nega qualquer participação no crime ocorrido no colégio, mas as evidências apontam que ele era um dos que estava na motocicleta vista em frente à escola, no exato momento dos disparos.
CRIME PREMEDITADO
O ataque aconteceu durante o intervalo, no colégio estadual Luís Felipe, em Sobral, por volta das 10h45 da última quinta-feira (25). Testemunhas dizem que o motoqueiro passou instantes antes em baixa velocidade e o garupeiro parecia mirar os disparos em um estudante.
Uma das vítimas suspeitou da atitude da dupla e comentou com os colegas. "Esses caras são flagrante (sic)", fazendo uma referência aos criminosos.
E ele estava certo. Os homens voltaram e surpreenderam os alunos.
Um grupo de alunos fumava maconha naquele momento, droga esta que pertencia a uma das vítimas. Depois, as autoridades encontraram na mochila de uma das vítimas uma balança de precisão e sacolas plásticas do tipo 'dindin' que costumam ser usadas para embalar droga.
Um dos sobreviventes correu quando ouviu os disparos e depois de ter andado por alguns metros percebeu que estava baleado na perna. Ele contou também que esbarrou no corpo de uma das vítimas.
(*) Diário do Nordeste
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