Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém



Durante a transferência para Belém, mais quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram mortos, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup). Com isso, o número total de mortos no confronto chega a 62.
Os detentos eram levados algemados dentro de um caminhão, dividido em duas celas, na noite de terça-feira (30). Os novos crimes ocorreram no trajeto entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá. Na manhã desta quarta-feira (31), os corpos foram achados com sinais de sufocamento.
A Segup informa que os mortos "eram da mesma facção e viviam juntos na mesma cela" no Centro de Recuperação Regional de Altamira. "Foram comparsas no confronto entre facções. Durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A ação criminosa ocorreu entre 19 horas e 1 hora da manhã. Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram quatro presos mortos por sufocamento em duas celas. Todos os 26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões deste fato lamentável estão sendo investigadas", explica. 
O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos -30 eram transportados no momento dos crimes. O Estado do Pará informou que não possui caminhão com celas individuais.
Líderes de facções e outros presos transferidos
Após o massacre na segunda-feira (29), o governo local decidiu que os 16 líderes de facções identificados fossem transferidos para presídios federais. Além disso, outros 46 detentos foram transferidos para outras prisões no estado. Destes, ao menos 10 iriam para fora do Pará, também para prisões federais. 
Na terça (30), o governo do Pará confirmou que oito líderes que estavam no presídio de Altamira já tinham sido transferidos e outros oito estavam sendo levados para ficar em isolamento em unidades prisionais da capital Belém.
Os outros detentos foram distribuídos por cinco outras prisões do estado. Essas operações, segundo as informações, devem ser concluídas até o fim desta quarta-feira (31).
"O objetivo é tirar do mesmo ambiente as facções rivais. Já foram identificados, presos em flagrante e serão responsabilizados alguns dos envolvidos nas mortes. O policiamento na região de Altamira será reforçado, e nas casas penais de Belém faremos uma redistribuição dos internos como medida de segurança", explicou o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
Atendimento psicológico e médico também foram disponibilizados aos familiares dos presos, que permaneceram durante todos os dias na entrada do presídio em busca da confirmação dos nomes dos mortos. A Polícia Militar permanece dentro da unidade prisional para evitar novos conflitos. 
Providências
Após reunião realizada na segunda-feira, dia do massacre, no Palácio do Governo e com a cúpula da Segurança Pública no estado, o governador Hélder Barbalho anunciou que dará posse no próximo sábado (3) a 485 agentes aprovados no último concurso da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe). A ampliação do número de agentes penitenciários faz parte das ações imediatas destinadas a melhorar a gestão e a segurança nos presídios estaduais, determinadas pelo Executivo, após o confronto.
Também foi definida na reunião a conclusão do presídio no município de Vitória do Xingu, na mesma região de Altamira. A unidade comportará 306 presos adultos e 200 mulheres no regime fechado, e ainda 200 internos do regime semiaberto. Segundo Helder Barbalho, a Norte Energia, empresa responsável pela construção do presídio, como obra de compensação ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, garantiu que a unidade prisional será entregue em 60 dias.Atualmente, o Centro de Recuperação Regional abriga 309 presos, 287 no regime fechado e 22 no semiaberto.
Massacre em Altamira
A rebelião começou por volta das 7h de segunda-feira (29), quando um grupo de presos da facção Comando Classe A (CCA) invadiu a ala dos integrantes do Comando Vermelho (CV), facção rival, e colocou fogo em uma das celas.
UOL

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