Geral COP30 começa em Belém com pressão global e alerta da ONU sobre ritmo insuficiente

Foto: Fernando Sette/Divulgação

A COP30 abre oficialmente nesta segunda-feira (10) em Belém, marcada por avanços percebidos pelo governo — como o interesse de mais de 50 países no fundo das florestas —, mas também por desafios persistentes. Três décadas após a primeira conferência, as emissões continuam em alta, o consumo de combustíveis fósseis cresce e o mundo segue distante das metas do Acordo de Paris. Relatório recente da ONU reforça que as atuais trajetórias levam o planeta a um aquecimento entre 2,3°C e 2,5°C, muito acima do limite de 1,5°C estipulado em 2015.

Enquanto dados da Agência Internacional de Energia mostram expansão das energias solar e eólica, aumento nas vendas de veículos elétricos e investimentos recordes em energia limpa — que somaram US$ 2,2 trilhões em 2024 —, especialistas alertam que esses avanços ainda não substituem os combustíveis fósseis. A demanda global por carvão, por exemplo, deve permanecer em patamar elevado até 2027, impulsionada principalmente pela Ásia. Apesar do progresso tecnológico, o ritmo de transição segue insuficiente para frear o aquecimento.

A Cúpula de Líderes, realizada nos dias 6 e 7, antecipou o tom político da conferência. Em discursos firmes, Lula defendeu o multilateralismo e a criação de mecanismos globais de financiamento climático, incluindo a taxação mínima para super-ricos e grandes multinacionais. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou empresas que lucram com a crise climática, enquanto o presidente chileno, Gabriel Boric, rebateu declarações recentes de Donald Trump, ausente da COP30, que negam a existência do aquecimento global.

No centro das discussões também está a NDC brasileira, que prevê reduzir entre 59% e 67% das emissões até 2035 e zerar o desmatamento ilegal até 2030. O plano inclui ainda o compromisso de neutralidade climática em 2050 e políticas estruturadas no Plano de Transformação Ecológica. Especialistas avaliam que, embora factíveis, as metas apresentadas ainda ficam abaixo do potencial ambiental do país — e a COP30 deve pressionar por maior ambição nos próximos anos.

Com informações da CNN Brasil

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