Volume de água armazenada nos açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) já equivale a 47% da capacidade total
A quadra chuvosa de 2025 tem trazido um alívio importante para o Ceará, com chuvas fortes e constantes desde o início do ano. Em grande parte dos açudes do estado, os volumes de água acumulados já superam os números do mesmo período de 2024, o que deve garantir o abastecimento de água ao longo de 2025.
As previsões feitas pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) no começo do ano estão se confirmando. De acordo com os especialistas, janeiro teve chuvas dentro da média, fevereiro apresentou períodos de tempo seco, conhecidos como “veranicos”, e agora, com a chegada de março, as chuvas intensas devem seguir até o final da quadra chuvosa, que se estende até maio. A expectativa é de que os próximos meses tragam volumes de precipitação dentro ou até acima da média histórica.
Atualmente, o volume de água armazenada nos açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) já equivale a 47% da capacidade total. Um dado animador é que 25 barragens já estão sangrando, ou seja, transbordando, e outras 20 superaram 90% de sua capacidade. Entre as que alcançaram essa marca, destaca-se o açude Gavião, localizado em Pacatuba, que recentemente ultrapassou o limite e contribui positivamente para o cenário de reservas hídricas.
No entanto, nem todos os reservatórios estão com o mesmo desempenho. O açude Caçanhão, o maior do estado e responsável pelo abastecimento da Grande Fortaleza, ainda apresenta uma situação preocupante, com apenas 28% da sua capacidade total. Além disso, regiões como o Médio Jaguaribe e o Sertão de Crateús continuam a enfrentar dificuldades, com volumes de água abaixo do esperado.
Apesar disso, a quantidade de água acumulada nos reservatórios durante o primeiro trimestre de 2025 é um fator crucial para garantir o abastecimento da população durante o período de estiagem. Esse acúmulo de água nos reservatórios cria um fundo de segurança que será essencial nos meses mais secos, quando as chuvas se tornam mais escassas.
O meteorologista da FUNCEME, Lucas Fumagalli, destacou que as chuvas continuam concentradas na faixa litorânea, especialmente na Região Metropolitana de Fortaleza. “A partir de sexta-feira, devemos observar a entrada de novas áreas de instabilidade provenientes do Oceano Atlântico, o que deve aumentar a intensidade das chuvas no litoral de Fortaleza e em toda a faixa litorânea, com expectativa de chuvas também para o final de semana”, explicou Fumagalli.
Por outro lado, a situação no sul do estado é bem diferente. A região do Cariri tem enfrentado chuvas fracas e isoladas, o que deverá continuar nos próximos dias. Esse contraste nas precipitações evidencia como o clima pode variar no Ceará, afetando de forma desigual as diversas regiões do estado.
Mesmo com as dificuldades em algumas áreas, a rede hídrica do Ceará, que inclui sistemas interligados de abastecimento de água, continua sendo essencial para garantir o acesso à água durante os períodos de seca. A interligação desses sistemas permite que a água acumulada em regiões mais favorecidas pela chuva seja transferida para outras áreas em momentos de escassez, minimizando os impactos da estiagem.
Portanto, a quadra chuvosa de 2025 trouxe boas notícias para o Ceará, mas ainda exige cuidados e vigilância, especialmente nas regiões mais afetadas pela seca. O bom acúmulo de água nos reservatórios é um alicerce importante para o abastecimento de água durante o ano, mas a gestão eficiente dos recursos hídricos será fundamental para garantir a segurança hídrica para todos os cearenses.
(*) gc+
