2 anos de impunidade: Família de idosa morta por atropelamento em Quixadá pede julgamento de ação penal



27 DE FEVEREIRO, TERÇA-FEIRA
Região Central: A mulher que não consegue segurar as lágrimas e que clama por justiça é Francisca Elizabete Macedo de Arruda. Há exatos dois anos, sua família foi destruída, enquanto isso, o culpado nunca foi preso e, para aumentar a dor e o sofrimento, ainda tem que suportá-lo fazendo o mesmo percurso diariamente. Hoje, vive sob os efeitos de medicamentos controlados.
Naquele inicio de noite de quarta-feira, dia 24 de fevereiro de 2016, na rodovia de acesso ao distrito Dom Mauricio, precisamente na localidade de Engano, no município de Quixadá, uma suposta irresponsabilidade de condutor de um micro-ônibus ao descer a serra causou a morte uma e deixou quatro em estado grave. O veículo estava descendo a serra quando o condutor atropelou as vítimas que estavam à margem da CE.
As marcas da tragédia saíram da rodovia, mas ainda maltratam os corações dos familiares de Tereza Candido de Macedo Arruda (66 anos), que saia da igreja quando foi arrastada. Francisco Antônio Macedo de Arruda sofreu várias fraturas; Maria Tânia S. Oliveira(55) fraturou o maxilar; Luana Tavares ficou em coma por vários dias; Gabriel Macedo de Andrade(12) fraturou braço e teve ferimentos nas costas. Todos ficaram em estado grave, até hoje tem sequelas físicas e psíquicos.
O motorista do caminhão Antonio Cordeiro – conhecido como “Benedito”, um réu confesso, nunca foi preso ou condenado. A família o acusado de ter passado o dia bebendo antes do sinistro, mas ele negou durante seu depoimento em audiência.
A ação penal de nº. 29432-98.2016.8.06.0151/0, que tramita na 3ª Vara da Comarca de Quixadáanda em ‘marcha ré’, como é tipo da morosidade do Poder Judiciário cearense. No último sábado, 24, já se passaram dois anos de impunidade. A última movimentação foi em 10/11/2017.
“A mãe era uma mulher sadia e alegre”
Francisca Elizabete Macedo de Arruda não se conforma, chora ao falar que a sua mãe teve múltiplas fraturas ao ser arrastada pelo veículo. Aquela família não mais sabe o que é se reunir nas datas comemorativas, “sempre a gente se reunia, acabou tudo, ele destruiu a nossa família”. Essa família não sabe mais o significado Natal, da Páscoa, dos aniversários.
De uma coisa, todos sabem: o Brasil é um país onde se mata e nada acontece. Esse é apenas um, dos milhares.
Após o sinistro, eles se mudaram do local por não suportarem conviver com tamanha lembrança daquele lugar. Os parentes não mais conseguem subir a serra, o culpado está livre.
Enquanto a justiça cega adormece nos braços da impunidade, Elizabete Macedo precisa de medicamentos para buscar forças e continuar a sua árdua missa: fazer justiça. Ela teve que deixar o emprego.
Revista Central

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