Até a próxima sexta-feira, 4 de outubro, Canindé estará repleta de visitantes oriundos de diferentes lugares do Ceará e do Brasil para celebrar a Festa de São Francisco das Chagas. Segundo maior evento religioso do Ceará, o festejo tem uma ampla programação, com novena, confissões, batizados, procissões e bênção dos animais, além da tradicional Missa do Vaqueiro, cuja 54ª edição será realizada neste domingo (29).
Foi em 1970 que a Missa do Vaqueiro passou a fazer parte do calendário da Festa de São Francisco de Canindé. Antes da celebração, vaqueiros encourados encontram-se na estátua do padroeiro e partem, juntos, com destino ao Parque de Exposições José Clerton Facundo Bezerra.
Vestidos com gibão, perneiras, luvas e chapéu de couro, portando estandartes de São Francisco e diferentes bandeiras, eles percorrem um circuito de aproximadamente 7 km até se juntarem aos demais fiéis para a missa. Depois, um grande almoço comunitário é realizado para a confraternização entre vaqueiros, fiéis, romeiros e pessoas em situação de rua.
Uma das criadoras da Missa do Vaqueiro, a mestra da cultura Dina Martins celebra a chegada à 54ª edição, "com muita luta", apesar muitas dificuldades. No ano passado, a missa campal contou com a participação de 1,5 mil vaqueiros encourados, além de mais de 4 mil pessoas no público geral. Agora, com a realização no domingo, ela espera um público ainda maior.
"(A Missa do Vaqueiro tem) uma importância muito grande, eles ficam muito felizes nesse dia. Vem gente de muito longe. Tem gente que passa a noite viajando para chegar aqui em Canindé às 8h da manhã, acompanha e volta para a casa", conta Dinda, que também é presidente da Associação dos Vaqueiros Boiadeiros e Pequenos Criadores da Macrorregião Sertões de Canindé (Avabocri), que produz o evento
O produtor cultural, pesquisador e servidor público Lucas Lawoss, 32, teve contato com a Missa do Vaqueiro desde pequeno, por influência dos pais. De tão importante, o evento tornou-se tema de pesquisa para Lucas — primeiro por meio de livros, jornais sites e redes sociais; depois, auxiliando na organização durante dois anos.
(*) DN
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