Sete testes de Covid coletados em Fortaleza identificaram, pela primeira vez, a presença de uma nova variante do coronavírus circulando no Ceará: a XFG. As amostras são do período entre 14 de fevereiro e 4 de junho deste ano, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
O Ceará é o primeiro do Nordeste a identificar casos de Covid causados pela XFG. Há ainda amostras compatíveis no estado de São Paulo. A variante já circula mundialmente pelo menos desde janeiro, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Antonio Silva Lima Neto, o dr. Tanta, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, explica que todos os casos tiveram sintomas brandos, como uma síndrome gripal, e reforça a importância de atualizar a vacinação: a nova variante é prevenível pelos imunizantes que já existem.
“Ela é uma variante de preocupação porque consegue escapar temporariamente do nosso sistema imunológico. Mas não produz internação, por exemplo. O Ceará tem mais de 90% da população com duas doses da vacina, não existe uma variante capaz de produzir um impacto assistencial”, tranquiliza o epidemiologista.
A XFG é uma subvariante recombinante, o que significa que se originou de duas linhagens do coronavírus, a LF.7 e LP.8.1.2. Ela é oriunda da Ômicron, como explica o secretário. De acordo com a Sesa, 15 testes positivos para Covid foram selecionados para sequenciamento genético pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).
“Começamos a observar alguns aumentos de casos de testes rápidos de Covid. E quando isso acontece, precisamos avaliar se existem novas variantes circulando. O Lacen começou a receber alguns casos positivos de RT-PCR, sequenciou e encontrou 7 compatíveis com a XFG”, detalha.
A maior parte dos testes positivos de Covid, sendo da variante XFG ou de outras linhagens, foi de adultos de 41 a 60 anos (4 casos), seguidos de idosos de 61 a 80 anos (3 casos). Crianças de 0 a 10 anos (3 casos), adolescentes e jovens de 11 a 20 anos (2 casos), e pessoas de 21 a 40 anos (1 caso) também estão entre os infectados.
“Na semana epidemiológica 24 a positividade era próxima de zero, subiu pra 4% na passada e já está próxima de 10%. Embora não seja um número importante comparado a outras taxas, não deixa de ser algo a atentar”, situa Dr. Tanta.
(*) Diário do Nordeste
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