O governo da Coreia do Sul realizou uma reunião de emergência e prometeu responder rapidamente às prisões de centenas de seus cidadãos em uma grande operação do serviço de imigração americano em uma fábrica da montadora Hyundai nos EUA.
Seul enviou diplomatas ao local na Geórgia, no sudeste americano, enquanto a LG Energy Solution, que opera a fábrica em parceria com a Hyundai, informou que suspendeu a maioria das viagens de negócios aos Estados Unidos.
Na quinta-feira (4/9), autoridades americanas detiveram 475 pessoas – a maioria cidadãos sul-coreanos – que, segundo elas, estavam trabalhando ilegalmente na fábrica de baterias, um dos maiores projetos de investimento estrangeiro no Estado.
A Casa Branca defendeu a operação, descartando preocupações de que a operação pudesse dissuadir o investimento estrangeiro.
"Eles eram imigrantes ilegais e o ICE [Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos] estava apenas fazendo seu trabalho", disse na sexta-feira (5/7) o presidente Donald Trump, após as operações.
Um vídeo divulgado por autoridades do ICE mostrou trabalhadores asiáticos algemados em frente a um prédio, alguns usando coletes amarelos com inscrições como "Hyundai" e "LG CNS".
"Pessoas com vistos de curta duração ou recreativos não estão autorizadas a trabalhar nos EUA", afirmou o ICE, acrescentando que a operação seria necessária para proteger empregos americanos.
"Esta operação envia uma mensagem clara de que aqueles que exploram o sistema e minam nossa força de trabalho serão responsabilizados", disse o agente especial Steven Schrank, do Departamento de Investigações de Segurança Interna (HSI), em um comunicado no sábado.
A Coreia do Sul, aliada próxima dos EUA, prometeu dezenas de bilhões de dólares em investimentos na indústria manufatureira americana, em parte para compensar ameaças tarifárias por parte do governo de Donald Trump.
O momento da operação, enquanto os dois governos se envolvem em negociações comerciais delicadas, gerou preocupação em Seul.
Trump incentivou ativamente grandes investimentos de outros países, ao mesmo tempo em que restringiu a concessão de vistos para empresas estrangeiras.
Muitos dos funcionários da LG presos estavam em viagens de negócios com vistos diversos ou sob um programa de isenção de visto, segundo autoridades.
O Ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Hyun, disse sentir um "grande senso de responsabilidade pela prisão de nossos cidadãos" ao presidir uma reunião de emergência sobre o assunto no sábado.
Ele afirmou que o governo criou uma Força-Tarefa de Proteção à Coreia no Exterior para responder às prisões e que poderá viajar a Washington, se necessário.
"Imediatamente após o incidente se tornar público, o presidente enfatizou que as ações policiais dos EUA não devem infringir injustamente os direitos de nossos cidadãos ou as atividades econômicas de nossas empresas com investimento coreano", disse ele.
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