05/09/2021 > DOMINGO
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| A queda da Bastilha |
O analfabetismo político brasileiro deixou de ser discussão nas mesas de bares para assumir o posto nas avenidas. O antes afago e os tons de brincadeiras tinha como supervisão os jogos da seleção brasileira, e ás antigas rivalidades dos clubes de coração e até o homem traído ou até mesmo quem ganhou mais com o sexo feminino, era á conversa de botequim ao som de ex-amor de Martinho da Vila, O contexto político brasileiro mudou e os "amigos" antes embriagados pelo abraço fraterno e que se diziam eternos foram sumindo e ao longo dos sábados ás mesas e cadeiras se esvaziando e a alegria se contorcendo na dor da ausência e da falta dos companheiros educadamente briguentos. Cada um assumira o posto de comando do voto cada um assumira verdadeiramente seu ponto de vista político, uns com a foice outros com o martelo e outros com a bigorna. A divisão temática das mesas hoje é uma tristeza um buraco e o antes "papo" no tilintar dos copos hoje é precário e o semblante dos discursantes são frios e ás palavras ecoam desconexas e vazias são hoje, técnicos em política, economia e submissos ao linguajar pobre das opiniões jornalísticas, e políticas, os amigos passaram de amigos a colegas de trabalho e a aptidão para o grito das vozes soam como ordem de comando o da direita sem saber o que é direita o de esquerda sem noção do que é direita e o observador político funcionando como Dj, e telefonista de tira-gosto talvez o mais inteligente e o menos rancoroso doido pra dar sua opinião mas é insultado por um bêbado cambista que passa e grita, vamos jogar vai dá 13 na cabeça, o bolsonarista vai á loucura, e grita: vai pra p.q.p. esquerdopata, cambista comunista, vem aqui, bota 5$ reais no 17 e sai daqui. O "bebo" saiu ganhando, ganhou o posto de comunista e ganhou o dinheiro da cachaça. Quando a discussão se encerra, tá lá os plagiadores sem entender o que falaram sem noção do que analisaram e pior a desgastante conversa de botequim ficou mais fria e vazia. O bolsonarista não aceita de maneira alguma que haja um eleitor cirista pra ele só existe na contramão da discussão o lulista,o cirista não acredita no que ouve aumenta o som come um pedacinho de queijo vai no banheiro, reclama do dono bar que a cerveja tá faltando e é um desabafo do cirista, que volta pra mesa e já de "saco cheio" não suporta mais aquela conversa de "dois só", pede a conta, vai embora e que se foda Martinho da Vila e o pior, o bebo cambista grita da toca, "Ei Dehon deu foi cavalo...Cavalo eu sei quem é..."Texto de Carlos Dehon
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