Atingido pela desobediência da bancada do PDT, Ciro joga pesado para dizer que, com infidelidade, não pode ser candidato

Presidenciável Ciro Gomes


O presidenciável Ciro Gomes marcou a agenda política desta semana com a decisão de suspender a pré-candidatura ao Palácio do Planalto após 15 deputados federais do PDT, que votaram a favor da PEC dos Precatórios, rasgarem a orientação do partido e ignorarem o mais essencial em uma sigla que pretende construir uma candidatura competitiva à sucessão do presidente Bolsonaro: a fidelidade à liderança maior, nesse caso, Ciro Gomes.

O gesto de Ciro Gomes é claro: sem fidelidade, não tem candidatura. O comportamento da maior parte da bancada do PDT na votação da PEC dos Precatórios deixou outro duro recado: como Ciro pode construir alianças com outros partidos sem, sequer, receber a solidariedade e o apoio dos seus aliados na Câmara Federal?

O PDT, com o voto de 15 deputados federais a favor da PEC, entrou em crise quando mais precisava demonstrar unidade. A crise será superada, mas os arranhões ficarão para o futuro. Resta saber, também, se os infiéis permanecerão em sua totalidade nos quadros do PDT. Afinal, o voto pedetista pela PEC talvez tenha pouco de convicção, de apoio a mudanças na Constituição que contemplem os mais desprotegidos com o Auxílio Brasil.

As dúvidas poderão ser dissipadas na transferência de recursos do Orçamento da União para os municípios onde os deputados pedetistas, que deram aval ao projeto do Poder Executivo, têm bases eleitorais. Os 15 pedetistas foram mais fiéis ao Palácio do Planalto do que muitos entre os próprios aliados do Governo. A lista tem cinco pedetistas cearenses – André Figueiredo, Eduardo Bismarck, Robério Monteiro e Leônidas Cristino. Com Lêonidas e André, o desencanto de Ciro deve ser ainda maior.

O comportamento dos deputados do PDT gerou, também, reação do presidente da Executiva Nacional, Carlos Lupi. Sem meias palavras, Lupi disse que o voto dos pedetistas mancha a imagem do partido. Segundo, ainda, Carlos Lupi, Ciro suspendeu a discussão da candidatura apelando para uma revisão da votação da PEC em segundo turno.

Mesmo que os deputados do PDT reavaliem os votos no segundo turno, o estrago já está feito. Se tivessem obedecido à orientação do partido, os pedetistas teriam ajudado a sepultar a PEC dos Precatórios. Agora, como bem disse, nesta quinta-feira, o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), no segundo turno o número de votos a favor da PEC será ainda bem mais expressiva, ou seja, serão mais do que os 312 votos registrados no primeiro turno.

(*) Ceará Agora
www.carlosdehon.com

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