O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (23) que ter uma offshore é "absolutamente legal" e que, ao assumir a pasta do governo federal, fez um "sacrifício" pelo Brasil. As declarações foram feitas em comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, após ele ter sido convocado para dar explicações movimentações financeiras no exterior por meio de offshore em paraíso fiscal.
"Offshore é um veiculo de investimento absolutamente legal. É absolutamente legal", defendeu o ministro. Ao detalhar o motivo de ter familiares, caso da filha, como acionistas da empresa offshore, justificou que se trata de questões sucessórias. Isso porque, segundo ele, se a conta fosse em nome de pessoa física, parte do recurso iria ao governo americano, e não para familiares.
"Se você tiver uma conta em nome da pessoa física, se você falecer, 46%, 47% é expropriado pelo governo americano. Mesmo que você seja estrangeiro, se você fizer um investimento lá tendo uma conta em pessoa física, todo seu trabalho, em vez de deixar para herdeiros, vira imposto sobre herança e é apropriado pelo governo americano. Então, o melhor é usar offshore, uma companhia fora de continente. Se eu morrer, em vez de metade ser apropriado pelo governo americano, isso vai para a sua sucessão. E isso é que explica você colocar um parente, um filho, uma filha, um cônjuge", afirmou.
Guedes disse ainda que, antes de assumir o cargo no governo, abriu mão dos seus investimentos. "Desinvesti com um enorme prejuízo. Perdi mais do que com o valor dessa offshore quando eu abri mão de 10 anos de trabalho. Tudo o que a minha mão alcança, tudo que estou fazendo há nove anos, vendo e abro mão de investimento de capital. Não vou ter ganho. É um sacrifício pelo país", afirmou, ressaltando que abriu mão de recursos e empresas que estavam sob a sua administração.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) informou que o ministro omitiu do governo que, ao sair da direção de uma offshore que mantém no Caribe, quando assumiu o Ministério da Economia, sua filha continuou como diretora da empresa.
(*) R7
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