Mercado agrava projeções e já duvida do 'remédio amargo' do BC

Quando o remédio para combater a inflação – a alta da Selic – ameaça matar o doente. Os últimos resultados sobre as projeções dos agentes financeiros sinalizam que o mercado começa a desacreditar a eficiência da velha fórmula adotada pela autoridade monetária – o Banco Central – para conter a inflação. Ou seja, a promessa de aumentos constantes na taxa Selic acaba por indicar que o mecanismo já não é capaz de surtir o efeito esperado e que a escalada da inflação é dada como certa pelo próprio BC, o que termina por criar uma espiral de piora dos indicadores. O fenômeno é conhecido entre os economistas como "dominância fiscal".
De acordo com o boletim Focus, termômetro das expectativas de 40 instituições financeiras monitoradas pelo Banco Central, o mercado projeta agora Selic perto de 2 dígitos – de 9,25% até dezembro –, agravando muito a projeção anterior, que era de 8,75%. Na última quarta-feira, a taxa básica de juros foi majorada para 7,75% pelo Copom, uma alta de 1,50%.

O impacto sobre a dívida pública é significativo. Confirmadas essas projeções, um cálculo conservador indica que o passivo saltaria em cerca de R$ 90 bilhões ao ano. Segundo estimativa do BC, cada ponto percentual a mais na taxa Selic representa um acréscimo de cerca de R$ 32 bilhões ao ano na dívida pública bruta.

De acordo com o levamento do Focus, o mercado reduziu sua expectativa de crescimento do PIB para 2021: de 4,97% para 4,94%. Agravou-se ainda o cálculo estimado para o IPCA, que sai de 8,96% para 9,17%. Os agentes financeiros também recalcularam a desvalorização da moeda: agora acreditam que o dólar vai fechar 2021 cotado a R$ 5,50, ante R$ 5,45 na projeção anterior.

Fonte: R7
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