Ser preso e levado ao presídio. Sair do cárcere, mas depois voltar ao sistema penitenciário. Essa era a realidade de 14.489 pessoas que se encontravam recolhidas em unidades penitenciárias cearenses em 2022, um número que representava 71% (ou 7 em cada 10) do total de presos ouvidos, que era de 20.408 pessoas, segundo o Censo Penitenciário 2023.
O Censo Penitenciário, que não era realizado no Ceará desde 2013, foi elaborado nos últimos dois anos em uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP). Os dados foram coletados entre maio e julho de 2022 e consolidados durante o ano passado. 19.626 homens e 782 mulheres privados de liberdade foram ouvidos pelos pesquisadores.
O Censo Penitenciário traz que a reentrada no sistema é uma "indicação de processos de reincidência e descumprimento de medidas de liberdade condicional". Em entrevista ao Diário do Nordeste, a coordenadora do Censo e professora do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ana Karina Pinheiro, detalha que "reentrada é o conceito adequado para a movimentação cotidiana das unidades prisionais que se caracteriza por saídas e entradas das pessoas", o que não significa obrigatoriamente uma reincidência no crime.
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